Uma única lista vai ser apresentada nas eleições da Associação dos Amigos de Moçambique, que se realizam no sábado. Ângelo Rafael prepara-se assim para ser reconduzido na presidência para novo mandato de dois anos, num elenco em que há uma aposta na geração mais nova “para dar mais dinamismo”
A
Associação dos Amigos de Moçambique tem o seu acto eleitoral agendado para
sábado, 25 de Maio, às 15h30, na sua sede. Apresenta-se a sufrágio uma única
lista, o que significa que o actual presidente da Direcção, Ângelo Rafael,
deverá ser reconduzido no cargo para mais dois anos de mandato.
A
lista apresenta algumas alterações, a principal das quais é a saída da
vice-presidência de Tiago Azevedo e a entrada para o seu lugar de um aluno
moçambicano que estuda no território, Mahomed Aquil Ibraim. Por outro lado,
Carlos Barreto, vice-presidente durante 15 anos e desde 2021 como secretário,
passará para suplente do Conselho Fiscal.
“As
alterações verificadas têm a ver com pessoas que sempre deram bastante à
associação, mas que agora se reformaram na sua vida profissional e estão a
residir fora do território, ou então têm menos tempo disponível para continuar
a exercer cargos de maior exigência”, explicou Ângelo Rafael ao Jornal Tribuna
de Macau.
O
presidente, que assumiu a função depois da saída de Macau de Helena Brandão,
diz que o objectivo para o próximo biénio é “continuar a fazer aquilo que temos
feito, mas fazê-lo ainda melhor”, acrescentando que a Associação dos Amigos de
Moçambique se encontra actualmente num processo de transição. “É a passagem da
velha guarda para as gerações mais novas e isso, sem que alguns dos mais
experientes saiam, possibilitará um maior dinamismo”, observou.
É
neste contexto que a equipa directiva sugeriu para vice-presidente Mahomed
Aquil Ibraim. “Vai certamente ser uma grande ajuda e um elo de ligação com os
estudantes que, na verdade, são uma parte significativa dos membros ou dos
associados”, frisa Ângelo Rafael.
De
entre as actividades programadas para este ano, o maior destaque vai para o
Festival da Lusofonia, em Outubro, evento que reúne todas as associações
ligadas aos países de língua portuguesa, e que constitui uma festa popular de
grande adesão do público durante três dias.
Talvez
pela importância do evento, e apesar de ainda faltarem cerca de cinco meses, a
associação começa já a preparar a sua participação, escolhendo o tema que
servirá de “pano de fundo” à barraquinha.
Caminhos-de-ferro na Lusofonia
O
dirigente associativo levantou o véu daquilo que poderá vir a ser o destaque
deste ano. “Na próxima assembleia-geral iremos chegar à decisão final, mas a
ideia é este ano evidenciar os caminhos-de-ferro do país”. Se se concretizar o
tema dos caminhos-de-ferro, a associação poderá colocar no seu stand um
brinquedo-locomotiva “para que as crianças possam ir lá brincar”.
Os
caminhos-de-ferro têm sido muito importantes para o desenvolvimento do país.
Carlos Barreto, ainda secretário da associação, disse ao JTM que Moçambique do
século XIX e início do XX, enquanto colónia, “estava pouco desenvolvido”. Por
outro lado, “as vizinhas colónias, sob a bandeira do império britânico, eram
exploradas e o império precisava de aceder a essa riqueza, especialmente da
África do Sul”.
O
dirigente diz que “os ingleses se aproveitaram da situação e criaram companhias
para concretizar o desenvolvimento, instalando linhas férreas de acesso à
África do Sul, Rodésia, construindo os corredores da Beira e de Nacala, para
além de Lourenço Marques”, com caminhos-de-ferro ligados a portos de águas
profundas. “Com o passar dos anos, essas infra-estruturas facilitaram a
exploração dos recursos naturais e a rede ferroviária foi expandida e
modernizada para atender às necessidades de transporte do país”, conclui.
Será
esta história que deverá estar em destaque no Festival da Lusofonia, exposta e
documentada em vídeos e fotografias.
Entre
outras actividades a desenvolver, há uma já para o próprio dia das eleições,
com a associação a participar no torneio de futebol de cinco alusivo ao Dia de
África, organizado pela Associação da Guiné-Bissau. A prova, cuja confirmação
depende das condições climatéricas, contará com formações representativas de
outros núcleos lusófonos e será realizada no rinque do Parque de Hac-Sá.
Para
o fim-de-semana de 8, 9 e 10 de Junho, o grupo estará igualmente empenhado numa
feira com exposição de produtos oriundos dos países lusófonos, no Albergue da
Santa Casa. “A ideia é tentar organizar mais eventos e envolver mais os
estudantes, para tirar partido da sua dinâmica natural”, salienta o presidente
da direcção, de 35 anos, a viver no território há 10, tendo aqui feito o seu
mestrado.
No
que diz respeito a uma das actividades de gastronomia de maior impacto nos
últimos anos, o jantar comemorativo do Dia da Independência de Moçambique, que
se celebra a 25 de Junho, não terá este ano nenhum chef vindo de Moçambique.
“Vamos fazer um jantar-convívio simples para assinalar da data”, confessa
Ângelo Rafael. Vítor Rebelo – Macau in “Jornal
Tribuna de Macau”
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