O projeto FarFun, que envolve uma equipa de investigação multidisciplinar, venceu a 10.ª edição do Concurso de Ideias de Negócio da Universidade do Porto
São
mais de 530 milhões de pessoas que vivem com diabetes em todo o mundo. Esse
número é particularmente preocupante se visto na perspetiva de “em 2045, um em
cada oito adultos sofrerá de diabetes”. Um cenário que inspirou a equipa
FarFun, vencedora da 10ª edição do iUP25k – Concurso de Ideias de
Negócio da Universidade do Porto.
Regra
geral, quem sofre de diabetes deve seguir uma alimentação mais restrita e tem
de evitar ou reduzir o consumo de muitos alimentos que apreciam. Apesar de o
pão ser um dos alimentos mais consumidos em todo o mundo, quem sofre de
diabetes tem a recomendação de reduzir a sua ingestão devido à ocorrência de
picos de açúcar no sangue que o pão provoca. E isso “tem um impacto negativo na
qualidade de vida e na autoestima”, referem as mentes por trás do FarFun, até
porque as opções alimentares atualmente disponíveis para diabéticos ainda são
escassas e a maioria delas consiste “apenas numa redução dos açucares
adicionados ou na sua substituição por adoçantes naturais ou sintéticos”. Ou
seja, não são ideais e não resolvem o problema de forma plena.
E
é com base nessa premissa que surge o projeto FarFun, resultado de uma
colaboração multidisciplinar entre várias entidades.
“É
uma combinação de cereais (trigo, centeio, milho) com um ingrediente bioativo
obtido em algas marinhas, que resultará numa farinha funcional para a produção
de pão adaptado às restrições alimentares dos diabéticos”, explica a equipa
constituída pelos investigadores Fátima Fernandes, da Faculdade de Farmácia da
U.Porto (FFUP) e do LAQV@REQUIMTE, Graciliana Lopes (CIIMAR), Mariana Barbosa
(UCIBIO/NOVA Faculdade de Ciências e Tecnologias da Universidade Nova de
Lisboa), Ricardo Cardoso (FEUP) e Patrícia Valentão (FFUP/LAQV@REQUIMTE).
Os
cientistas acrescentam ainda que este ingrediente não é exclusivo para
alimentação de quem sofre com esta patologia, sendo também indicado para “quem
evita o consumo de pão por questões de peso corporal”. A mais-valia desta
inovadora farinha funcional é a sua capacidade de “inibir a absorção de
açúcares, evitando a ocorrência de picos de glucose que acontecem com o consumo
do pão tradicional”, referem.
A
equipa encara o primeiro prémio no iUP25k – que inclui um valor monetário de 3000
euros, um período de pré incubação na UPTEC e consultoria de empreendedorismo –
como o reconhecimento do potencial da ideia para a criação do seu negócio. “Os
prémios serão fundamentais para nascermos enquanto empreendedores”, referem.
Os
próximos passos da FarFun, a curto prazo, são “consolidar parcerias já
existentes, procurar investidores e concorrer a programas de financiamento”.
Organizado
pela U. Porto Inovação desde 2010, o iUP25k tem como grande objetivo o de
promover o surgimento de novas iniciativas empreendedoras na U. Porto e
assegurar vantagens àqueles que querem valorizar o conhecimento gerado na
instituição.
“Este
concurso é o que nós, desde sempre, queremos fazer na Universidade do Porto:
trazer o conhecimento e a investigação para mais perto das empresas, dos
produtos em concreto e da sociedade em geral”, concluiu Pedro Rodrigues.
Esta edição do iUP25k conta com o apoio da Caixa Geral de Depósitos, novo parceiro bancário da U. Porto, e da UPTEC. Universidade do Porto - Portugal
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