Múltiplas visões no trajecto das origens. A exposição “Traçando Raízes Portuguesas” inaugura este domingo na Galeria Hold On to Hope. Uma organização da ARTM que reúne renomados artistas da comunidade lusófona, numa celebração à identidade partilhada através da língua e das tradições. Parte do programa de eventos e actividades do “Junho, Mês de Portugal” dará início à sua cerimónia de abertura às 16h na Vila de Nossa Senhora, em Ká-Hó
A
Associação de Reabilitação de Toxicodependentes de Macau (ARTM) apresenta uma
nova colecção de obras, de artistas residentes em Macau, com ascendência
portuguesa ou com ligação à comunidade lusófona. A exposição leva o nome
“Traçando Raízes Portuguesas” e pretende divulgar as diferentes visões dos
artistas sobre esta identidade e a relação que têm com o espaço em que
convivem, o território multicultural que é Macau.
O
projecto “Hold On to Hope Project” tem vindo a organizar múltiplas intervenções
culturais e projectos sociais no espaço da antiga leprosaria de Ká-Hó. As
várias casas em estilo colonial, em tempos, acomodaram a primeira instituição
na Ásia direccionada ao tratamento de vítimas de lepra, sob o sistema médico
ocidental, estabelecida em 1568 por Melchior Carneiro. Após a restauração das
cinco casas amarelas, bem como da Igreja da Nossa Senhora das Dores, os novos
espaços encontram-se agora abertos ao público para disfrutarem da loja, café e
galeria, organizadas pela ARTM.
A
presente exposição será inaugurada na galeria que leva também o nome de “Hold
On to Hope”. Marca a 34.ª exposição organizada pela ARTM e reúne obras de arte
originais de 11 artistas de Macau, com diferentes estilos e técnicas.
Apresentam a diversidade cultural de Macau através da expressão pessoal de cada
artista, sobretudo na sua identificação com a comunidade lusófona e na partilha
das tradições e características antropológicas dos diversos países que fazem
parte da comunidade mundial dos falantes de língua portuguesa.
A
celebração da diversidade das várias comunidades será o tema que une as obras
desta exposição, que convida o público a “mergulhar na rica tapeçaria cultural
que entrelaça a ascendência portuguesa e o espírito vibrante desta única parte
do mundo”, descreve a associação. A exposição será “um testemunho da conexão
duradoura entre o povo português e a encantadora cidade de Macau”.
Por
entre os vários artistas que participam nesta exposição, está a artista
multidisciplinar Tchusca Songo, que é natural de Cabinda, em Angola, e vive em
Macau desde 2006. Com formação em Design de Produto pela Universidade de São
José, Tchusca Songo destacou-se na comunidade artística de Macau após dar
início à sua saga contra o desperdício e a poluição encontrada no território.
Tem vindo a realizar um trabalho de registo na colecta de lixo, principalmente
plásticos, que são espalhados pelas praias e rochedos das costas de Coloane.
Numa iniciativa que colabora com os objectivos de criar um planeta mais
sustentável, Songo reutiliza os materiais encontradas na produção das suas
obras de arte. Em Outubro de 2022 inaugurou, nesta mesma galeria da “Hold On to
Hope”, uma exposição com várias obras, de tamanho considerável, todas feitas
com redes, plásticos, madeiras e objectos colectados nas costas de Macau.
A
lista de artistas em exibição também inclui António Monteiro, Catarina
Cottinelli da Costa, Cristina Vinhas, Francisco Ricarte, Gonçalo Lobo Pinheiro,
Isabela Lobo, Lúcia Lemos, Luísa Petiz, Raul Martins e Ricardo Meireles.
Esta
exposição também serve como mais um elemento na comemoração ao 10 de Junho, dia
de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, e está incluída no
programa “Junho, mês de Portugal na RAEM”.
A
abertura está marcada para as 16h, do dia 2 de Junho, na Galeria da Hold On to
Hope, na Vila de Nossa Senhora em Ká-Hó, e estará patente até 30 de Junho. Elói
Carvalho – Macau in “Ponto Final”
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