O lançamento em órbita, esta quarta-feira, do Angosat-2, foi confirmado em Moscovo, na Rússia, pelo ministro das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social, Mário Augusto Oliveira, que ontem, terça-feira, 11, se deslocou ao Cazaquistão, onde está a rampa de lançamento do foguete "Proton-M", com cerca de 50 metros de altura, que vai transportar o satélite angolano até ao espaço, a partir do Cosmódromo de Baikanur, por volta das 20:00, hora local (16:00 em Angola)
Questionado
se há algum risco de acontecer com o Angosat-2 o que sucedeu com o primeiro
satélite angolano - o Angosat-1, construído pela russa RKK Energia, por 320
milhões de dólares, acabou por ser um fracasso após falhas graves no
lançamento, em 2018 - o governante afirmou, citado pelo Jornal de Angola, que
"a indústria satélite é complexa" e que, apesar de as questões
técnicas terem sido acauteladas, "a tecnologia é feita por homens".
"Tudo
vai correr bem e Angola vai ter o satélite de comunicações, que vai contribuir
para a melhoria e expansão das telecomunicações no País e com ele associados
outros serviços como internet, telecomunicações que vão contribuir para a modernização
administrativa do Estado, a educação, telesaúde e telemedicina, da própria
indústria no País e da agricultura", acrescentou.
Este
satélite, que pesa duas toneladas, possui definição de "High-throughput",
ou elevada taxa de transferência de informação, um avanço considerável em relação
aos clássicos FSS, de menor capacidade, vai chegar ao espaço para garantir a
Angola um lugar de destaque em África neste capítulo por pelo menos 15 anos,
que é a sua longevidade mínima garantida.
Esta
é a segunda tentativa de Angola para entrar no clube dos países
"espaciais" depois de o Angosat-1, construído pela russa RKK Energia,
por 320 milhões de dólares, ter sido um fracasso após falhas graves no lançamento,
em 2018.
O
Angosat-2, construído pela russa ISS Reshetnev, que não representa novos custos
para o Estado angolano devido às garantias existentes no primeiro projecto, acaba
por ser uma vantagem para Angola, visto que chegará à sua órbita com uma
capacidade incorporada para transmissão de dados, imagem e telecomunicações,
muito superior, permitindo uma maior rentabilidade ao alugar parte desta
capacidade a vários países africanos, como está previsto, e chegou a estar
contratualizado para o Angosat-1.
O
Angosat-2, desenvolvido pela russa Reshetnev, vai fornecer 13 gigabites de
banda para cada uma das regiões "iluminadas" pelo alcance do seu
sinal, que abrange a maior parte do continente africano e parte substancial da
Europa, tendo como "casa" a plataforma Eurostar E3000, uma plataforma
de acolhimento de satélites comerciais civis e militares de telecomunicações
criada pela Airbus Defence and Space.
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