O júri do Prémio distinguiu, ex-aequo, duas organizações intergovernamentais que produzem conhecimento científico, alertam a sociedade e contribuem para que os decisores tomem medidas mais fundamentadas no combate às alterações climáticas e à perda de biodiversidade.
A
Plataforma Intergovernamental Ciência-Política sobre Biodiversidade e Serviços
de Ecossistemas (Intergovernmental Science-Policy Platform on Biodiversity and
Ecosystem Services – IPBES) é um organismo intergovernamental independente,
criado em 2012 com o objetivo de melhorar a relação entre o conhecimento
científico e os decisores políticos, em questões de biodiversidade, proteção
dos ecossistemas, bem-estar humano e sustentabilidade.
O
Painel Intergovernamental sobre Alterações Climáticas (Intergovernmental Panel
on Climate Change – IPCC), Prémio Nobel da Paz em 2007 (juntamente com Al
Gore), é o organismo das Nações Unidas que, desde 1988, promove a criação de
conhecimento científico no sentido de avaliar os impactos climáticos da ação
humana e que apoia os governos na tomada decisão e implementação de medidas de
combate às alterações climáticas. O IPCC tem tido um trabalho determinante no
acompanhamento dos compromissos do Acordo de Paris sobre alterações climáticas,
através da publicação regular de relatórios, resultado do trabalho voluntário
de milhares de cientistas de todo o mundo.
Estas
duas entidades – IPBES e IPCC – foram selecionadas de entre 116 nomeações de 41
nacionalidades, provenientes dos 5 continentes.
Na
sua apreciação, o Júri salientou que este Prémio vem reconhecer “o papel da
ciência, na linha da frente do combate às alterações climáticas e à perda de
biodiversidade”. “A evidência baseada na ciência”, considerou o Júri, “tem sido
fundamental não só para o avanço de muitas ações políticas e públicas, mas
também para a necessidade de colocar um ‘caráter de urgência’ na forma como, em
termos de agenda política, é abordada a questão do combate à crise climática”.
O
IPBES e o IPCC têm-se “destacado na promoção da relação entre ciência, clima,
biodiversidade e sociedade, representando o melhor que se faz nesta área, em
todo o mundo” e, ainda segundo o Júri, “reconhecer estas duas organizações vem
pôr em destaque a necessidade de olhar para a crise climática e da
biodiversidade em conjunto, de forma concertada, e recorrendo a soluções
baseadas na natureza.” Leia mais aqui. Fundação Calouste
Gulbenkian
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