Dividido em quatro sessões de duas horas cada, o evento versará em torno dos seis volumes de sete que compõem a obra “Literatura-Mundo Comparada: Perspectivas em Português”, da qual a oradora convidada é a principal coordenadora
O
Centro de Investigação para Estudos Luso-Asiáticos (CIELA) do departamento de
Português da Universidade de Macau (UM), promove, de 18 a 21 de Outubro, um
seminário aberto online intitulado “Literatura-Mundo em Português”,
organizado e apresentado pela escritora e professora Helena Buescu, docente da
Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
Composto
por quatro sessões de duas horas cada, o seminário é baseado em torno dos seis
volumes de sete que compõem a obra “Literatura-Mundo Comparada: Perspectivas em
Português”, da qual a oradora convidada é a principal coordenadora. A discussão
será sempre das 19h às 21h (horário de Macau). Em Portugal, acontecerá entre as
12h e as 14h, e no Brasil das 8h às 10h, através de ligação ZOOM no link
https://umac.zoom.us/j/8312593315.
Embora
realizado principalmente em modo de apresentação, cada sessão incluirá algum
tempo para discussão de perguntas e respostas entre a oradora e os
participantes, conforme está escrito num comunicado de imprensa enviado pelo
director do CIELA, Mário Pinharanda Nunes, ao Ponto Final.
Na
primeira sessão do seminário, no dia 18 de Outubro, a autora vai tentar
explicar o que é o projecto. Trata-se de uma “realização” pessoal e
profissional, “um projecto antológico” que se divide em três grandes partes.
“Quase 5000 páginas para apresentar a dimensão mundial de um projecto
translatório em português”, onde serão dados alguns exemplos de traduções de
Adonis ou Bei Dao.
Para
a segunda sessão, no dia 19 de Outubro, Helena Buescu vai abordar o tema
“Lusofonia, seus limites críticos”. A académica falará do ponto de vista “em
português” como forma de escapar ao monolinguismo e ao monolitismo cultural,
dando exemplos de autores tão diferentes como Machado de Assis, Gonçalo M.
Tavares ou Luís Cardoso. Tempo haverá para se discorrer sobre aquilo a que a
autora se refere como sendo as tradições de diálogo Este-Oeste com escritores
como Milton Hatoum, Raduan Nassar ou Tatiana Salem Levy. E ainda a noção de
escala com Nirvana Tanoukhi.
Nas
últimas duas sessões, a ter lugar no dia 20 de Outubro, o ponto de discussão
parte de uma “perspectiva comparatista”. A docente da Faculdade de Letras da
Universidade de Lisboa procurará explicar o que considera ser o espectro que
vai desde o bilateral ao multilateral, folheando as obras de José Eduardo
Agualusa ou Bernardo Carvalho.
O
textualismo e equilíbrio entre “close” e “distant reading”, a desfamiliarização
como forma de ler diferente. O conceito da boa vizinhança, preconizado por Aby
Warburg, bem como as características da semi-periferia “em português”, as diversas
faces do cosmopolitismo com a revisão e, ainda, o “canibalismo” cultural – uma
metáfora do modernismo brasileiro – e sua múltipla leitura, são os aspectos que
Helena Buescu irá aprofundar.
Helena
Buescu, nascida em Lisboa há 66 anos, é professora de Literatura Comparada e
Literatura Portuguesa na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Ao
longo da sua carreira académica tem vindo a colaborar com algumas das mais
prestigiadas universidades internacionais nos Estados Unidos da América, em diversos
países da Europa, no Brasil e em Macau. É membro da Academia das Ciências de
Lisboa e da Academia Europaea, tendo recebido vários prémios pelos seus
ensaios. Actualmente dirige o projecto “Literatura-Mundo Comparada:
Perspectivas em Português”, tendo publicado até à data seis de sete volumes,
todos com chancela da editora Tinta-da-China, em Portugal. É igualmente poetisa
e ensaísta, com livros publicados tanto em Portugal como no estrangeiro. Faz
também parte de várias comissões de avaliação portuguesas e europeias. Venceu o
Prémio Vergílio Ferreira 2022, atribuído pela Universidade de Évora. A sua obra
“O Poeta na Cidade: A Literatura Portuguesa na História”, de 2020, ganhou o
Grande Prémio de Ensaio Eduardo Prado Coelho, da Associação Portuguesa de Escritores
(APE). Participou, em 2018, no Festival Literário de Macau – Rota das Letras. Gonçalo
Pinheiro – Macau in “Ponto Final”
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