Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

quarta-feira, 8 de setembro de 2021

Macau – Divulgação de danças tradicionais moçambicanas como preparação para a Lusofonia

A Associação dos Amigos de Moçambique está a organizar workshops de cultura moçambicana com danças e jogos tradicionais. Coorganizado pelo Fórum Macau, o evento pretende proporcionar ao público de Macau uma viagem cultural a Moçambique


Esta sexta-feira e sábado prometem animação e ritmo de dança. A delegação de Moçambique do Fórum de Macau conjuntamente com a Associação dos Amigos de Moçambique, vão organizar os dois últimos dias de workshops integrados na 13.ª Semana Cultural da China e dos Países de Língua Portuguesa com uma mostra do que há de tradicional na dança em Moçambique.

Esta actividade vai realizar-se simultaneamente durante a exposição de obras do artista de Moçambique José Estevão Manhiça, no ciclo de exposições “Policromias lusófonas”. ”Nós realizámos o primeiro workshop no dia 4, depois temos mais dois no dia 10, das 18h às 20h, e outro no dia 11, das 15h às 17h”, começa por explicar ao Ponto Final a presidente da Associação dos Amigos de Moçambique, Helena Brandão. “Quem está a fazer a publicidade destes workshops é o Fórum de Macau, porém, quem quiser saber mais informações, a nossa associação tem uma página de Facebook com informações”, prosseguiu.

Helena Brandão explica que a associação foi convidada, como normalmente é, para as actividades dos países de Língua Portuguesa nesta altura de comemorações lusófonas. “Quando fomos convidados pediram-nos que o workshop se incidisse sobre temáticas realizadas com a identidade cultural de cada país. Relativamente ao facto de termos escolhido a dança foi porque nós só conseguimos a disponibilidade de momento. Com esta oportunidade, nós vamos apresentar danças tradicionais moçambicanas ao público de Macau”, referiu.

O grupo nomeado a executar os workshops este ano é o próprio grupo de dança de estudantes moçambicanos – Pérolas do Índico -, que foi formado o ano passado para a mesma ocasião, tendo até representado Moçambique nos palcos da Lusofonia. “Tivemos de formar este grupo devido à pandemia pois não podíamos receber nem convidar grupos profissionais de fora. Juntaram-se uns tantos estudantes que actuaram na Lusofonia e mantém-se até hoje, embora desfalcados, porque alguns já regressaram a Moçambique, tendo já cumprido os seus objectivos cá em Macau”, reitera.

O grupo é constituído por cinco raparigas que irão demonstrar estas três danças nos workshops. “A duração do workshop depende de vários factores, nomeadamente dos participantes, porque eles fazem a dança, que é de normalmente quatro ou cinco minutos, e o resto do tempo é passado com uma interacção entre os participantes e as nossas dançarinas. Elas explicam como se dança, convidam as pessoas a participar, e é nisto que consiste o nosso workshop”, resume Helena Brandão.

O primeiro dos três workshops “correu muito bem”, de acordo com Helena Brandão, com quase 30 participantes, com um excelente ‘feedback’. “Nós apresentamos a dança, falamos do que consiste e damos uma parte histórica da dança. Depois, há um interagir com os participantes, com explicações passo a passo”, explicou.

No primeiro dia foi feita a dança Tufo, que é a dança tradicional do norte de Moçambique. Os grupos de dança de Tufo compreendem entre 15 a 20 mulheres, que são acompanhadas por quatro homens ou mulheres com pandeiretas planas semelhantes a tambores. Todas as dançarinas cantam, mas há sempre uma cantora principal. Tradicionalmente, os dançarinos de Tufo dançavam enquanto estavam ajoelhados, movendo ritmicamente as metades superiores de seus corpos, mas recentemente a coreografia evoluiu e as dançarinas agora podem levantar-se e movimentar inteiramente os seus corpos. As músicas de Tufo são cantadas geralmente na língua macua. Os dançarinos devem usar lenços e capulanas correspondentes e cada dança requer o uso de uma nova capulana.

Na sexta-feira vai ser feita a dança dos guerreiros denominada Xigubo, que consiste no alinhamento de um determinado número de homens – dançarinos – em uma ou duas filas, devidamente adornados com objectos de fibras e peles nos braços e nas pernas, colares de sementes, entre outros signos, vestindo saiotes confeccionados com peles de animais, as quais se fazem acompanhar de um instrumento de defesa denominada xitlhango ou azagaia.

Finalmente, no sábado, vai ser ensinada a dança tradicional Marrabenta, que é a mais conhecida internacionalmente. O seu nome foi derivado da palavra portuguesa “rebentar” e incorpora vários ritmos folclóricos como os Magika, Xingombela e Zukuta, sendo também sujeita à influência ocidental. Foi desenvolvida em Maputo, a capital de Moçambique. Além das danças serão apresentados vários jogos tradicionais, como o jogo Pindjonce, o jogo Neca e o xadrez africano N’Tuxa. Joana Chantre – Macau in “Ponto Final”

joanachantre.pontofinal@gmail.com


Sem comentários:

Enviar um comentário