Um
estudo que acaba de ser publicado na revista científica Palaeoworld reporta a
descoberta de novas pegadas de dinossauros carnívoros do Jurássico no Cabo
Mondego e revela ambientes e modos de vida destes animais.
Nesta
investigação, que envolveu cientistas da Universidade Federal do Rio de Janeiro
(UFRJ), Brasil, da Universidade de Coimbra (UC) e do Instituto Politécnico de
Tomar (IPT), foram encontradas dezenas de pegadas.
Há
mais de um século, na Figueira da Foz, «foram descobertas as primeiras pegadas
de dinossauros em Portugal. Assim, o nosso país entrou na rota dos estudiosos
dos dinossauros. Através de novos estudos pormenorizados das rochas sedimentares
com cerca de 156 milhões de anos, que ocorrem no Cabo Mondego, descobriu-se um
registo que amplia o conhecimento acerca destes répteis do Mesozoico», explicam
os autores do artigo científico, Ismar de Sousa Carvalho (UFRJ), Pedro Proença
Cunha (UC) e Silvério Figueiredo (IPT).
O
estudo agora publicado na revista Palaeoworld, prosseguem, apresenta a
«caracterização dos aspetos morfológicos das pegadas e a sua relação com as
superfícies arenosas por onde caminhavam. Os resultados obtidos evidenciam condições
de humidade variadas associadas à génese das pegadas e uma grande diversidade
de dinossauros».
Além
disto, salientam os cientistas, «reconheceu-se que no decorrer do intervalo de
160 a 156 milhões de anos atrás existiu uma modificação nos grupos de
dinossauros produtores de pegadas: predomínio inicial por herbívoros e
carnívoros de grande porte e, ulteriormente, predomínio dos carnívoros de menor
tamanho».
Com
estas descobertas ampliou-se o número de camadas com pegadas de dinossauro
caracterizadas no Monumento Natural do Cabo Mondego, transformando-o «num dos
mais importantes marcos do registo fóssil ibérico, valorizando ainda mais o
Geoparque do Atlântico», concluem. Universidade de Coimbra - Portugal
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