Nos
Estados Unidos, o Presidente português enquadrou o encontro com o seu homólogo
das Maldivas em Nova Iorque no objetivo de fazer “todos confluírem em Lisboa”
na conferência dos oceanos de 2022, evitando uma dispersão de iniciativas.
Marcelo
Rebelo de Sousa falava aos jornalistas no final de uma visita ao Metropolitan
Museum of Art, nesta segunda-feira em Nova Iorque, onde chegou no sábado e
ficará até esta quarta-feira, para participar na 76.ª sessão da Assembleia
Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).
“Já
temos a certeza de que o secretário-geral [da ONU] António Guterres vai lá à
abertura [da conferência de 2022]. Nós queremos o maior número de países
presentes e o maior número daqueles que estão a fazer coisas paralelas ou
fizeram, todos confluírem em Lisboa, para não haver muitas iniciativas sobre os
oceanos, haver uma grande iniciativa sobre os oceanos”, afirmou.
O
chefe de Estado considerou, por isso, que “é muito importante” o encontro
bilateral que terá hoje em Nova Iorque, à margem da Assembleia Geral da ONU,
com Ibrahim Mohamed Solih, Presidente da República das Maldivas, um dos países
mais ameaçados pela subida do nível das águas do mar.
“As
Maldivas estão muito empenhadas na questão dos oceanos e até em certo momento
quiseram ter, não direi uma competição, com o Quénia e com Portugal, quanto à
realização da conferência das Nações Unidas. Realizaram muitas iniciativas para
chamar a atenção para o seu papel no domínio dos oceanos”, referiu.
Para
o Presidente da República, esta é uma oportunidade para “fazer avançar o que se
puder”, para a conferência das Nações Unidas sobre alterações climáticas deste
ano em Glasgow e para a conferência dos oceanos do próximo ano.
Marcelo
Rebelo de Sousa apontou como “questões importantes a serem discutidas” neste
domínio “a plataforma continental portuguesa, mas também tratados sobre os
oceanos e a biodiversidade dos oceanos, e como equilibrar o respeito da
natureza com a exploração económica, não deixando que a exploração económica
acabe por sacrificar a natureza, com efeitos climáticos”.
“Tudo
isto vai ter à conferência de Lisboa. Por isso, nos últimos anos, andamos a
trabalhar, a trabalhar – ela já devia ter sido, houve um adiamento por causa da
pandemia – para ter o que há de gente mais empenhada na mesma direção”,
acrescentou.
Na
quarta-feira, antes do regresso a Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa irá reunir-se
com outro político das Maldivas, Abdulla Shahid, que preside à Assembleia Geral
da ONU.
Nesta terça-feira, após a sua intervenção na ONU, o Presidente português teve agendados encontros bilaterais com os seus homólogos do Peru, da República Democrática do Congo, da Guatemala e do Gana.
Marcelo
Rebelo defendeu que é preciso, “no plano internacional, manter o diálogo,
reabrir o diálogo”, desde logo no que respeita a “sítios onde há missões das
Nações Unidas, nomeadamente em África”.
O
chefe de Estado disse que no diálogo que se estabelece no quadro das Nações
Unidas estão em causa “uma dezena de pontos, e todos são importantes”, e que
“basta um ponto criar problemas de atrito para pararem os outros dossiês
todos”. In “Mundo Lusíada” – Brasil com “Lusa”
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