O
ministro dos Negócios Estrangeiros de Cabo Verde, país que detém a presidência
rotativa da CPLP, disse neste dia 28 que a pandemia de covid-19 não vai atrasar
a mobilidade na comunidade lusófona, salientando que o dossiê já está
consensualizado.
“Já
não vai atrasar [a mobilidade] porque o documento já está consensualizado, o
que é mais importante”, disse Luís Filipe Tavares, em declarações à imprensa, a
partir da cidade da Praia, depois de uma reunião informal do Conselho de
Ministros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), por
videoconferência.
O
ministro cabo-verdiano, enquanto presidente em exercício do Conselho de
Ministros da CPLP, disse que em dezembro vai ser realizada outra reunião
extraordinária dos chefes da diplomacia dos países lusófonos para aprovação do
projeto de mobilidade dos cidadãos, apresentado por Cabo Verde.
A
reunião deverá ser realizada em Cabo Verde e Luís Filipe Tavares disse que o
“maior desejo” do país é que seja presencial, mas se não for possível por causa
da covid-19, será realizada em modo virtual.
Depois
disso, o documento vai ser depois apreciado e ratificado na cimeira de Luanda,
em julho de 2021, pelos chefes de Estado e de Governo da comunidade.
“Esperemos
que até lá a situação da covid-19 estará resolvida, com vacinas ou uma vacina
pelo menos global, para todos os países, mas há uma certeza: temos consenso na
CPLP em matéria de mobilidade”, prosseguiu Luís Filipe Tavares.
Cabo
Verde prolongou até 2021 a sua presidência rotativa da CPLP, após proposta de
Angola, país que deveria assumir a liderança da organização lusófona em julho
último.
A
reunião virtual dos chefes da diplomacia da CPLP foi realizada à margem da 75.ª
Sessão Ordinária da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), que
este ano também decorre em formato de teleconferência devido à pandemia da
covid-19.
Anualmente,
os chefes da diplomacia da CPLP aproveitam a Assembleia Geral da ONU, em Nova
Iorque, para se reunirem informalmente e discutirem vários assuntos relativos à
comunidade lusófona.
Durante
a reunião, Luís Filipe Tavares disse que foram abordadas questões como as
agendas dos respetivos países, a situação da covid-19 em todos os
Estados-membros, do projeto de mobilidade de Cabo Verde, questões de segurança
e luta contra a criminalidade organizada nos países.
Sobre
a situação da covid-19 nos nove Estados-membros da CPLP, o ministro
cabo-verdiano disse que ficaram acordadas várias questões importantes para
minimizar os efeitos e combater a pandemia, desde logo a partilha de
informações.
“Decidimos
ter uma articulação muito forte em relação à pandemia da covid-19, as melhores
práticas nos respetivos países, aquilo que cada um faz. É um desafio global, e
para desafios globais, temos que ter uma resposta global ou respostas globais”,
salientou.
Luís
Filipe Tavares recordou que os ministros da Defesa, da Administração Interna e
da Saúde já debateram a questão da criação de mecanismos para fazer face às
catástrofes naturais e pandemia e disse que a reflexão vai continuar.
“A
articulação é muito importante, tem havido uma grande solidariedade entre os
Estados-membros da CPLP. Estamos a trabalhar entre nós e articularmos as
medidas de política e informarmos uns aos outros sobre aquilo que de melhor
cada um está a fazer”, prosseguiu o presidente em exercício do Conselho de
Ministros da CPLP.
Portugal
contabiliza pelo menos 1957 mortos associados à covid-19 em 74029 casos
confirmados de infecção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde
(DGS).
Entre
os países africanos que têm o português como língua oficial, Angola lidera em
número de mortos e Moçambique em número de casos. Angola regista 174 mortos e 4718
casos, seguindo-se a Guiné Equatorial (83 mortos e 5028 casos), Moçambique (58
mortos e 7983 casos), Cabo Verde (57 mortos e 5771 casos), Guiné-Bissau (39
mortos e 2362 casos) e São Tomé e Príncipe (15 mortos e 911 casos).
O
Brasil é o país lusófono mais afetado pela pandemia e um dos mais atingidos no
mundo, ao contabilizar o segundo número de mortos (mais de 4,7 milhões de casos
e 141741 óbitos), depois dos Estados Unidos.
Timor-Leste
regista atualmente apenas um caso ativo da doença, o 28.º detetado no país
desde o início da pandemia.
Na
reunião desta segunda-feira, Portugal esteve representado pela secretária de
Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, Teresa Ribeiro. In “Mundo
Lusíada” - Brasil
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