“Vitalina Varela”, do realizador português Pedro Costa,
está entre os 10 melhores filmes do ano eleitos pela revista masculina
norte-americana Esquire, numa lista de 40 longas-metragens que inclui, ainda,
“Bacurau”, do brasileiro Kleber Mendonça Filho, anunciou a publicação
Na
lista divulgada durante a noite de quinta-feira, o filme do realizador
português aparece na nona posição, logo atrás da película brasileira, numa
seleção feita pelo escritor e crítico de cinema nova-iorquino Nick Schager, que
elege as melhores obras estreadas este ano no grande ecrã, até ao momento.
“Vitalina
Varela”, na crítica de Nick Schager, é uma história de “uma mulher
cabo-verdiana que regressa a Portugal poucos dias após a morte do seu
ex-marido” e que Pedro Costa filma “quase exclusivamente à noite, para melhor
sublinhar a sensação de fantasmas a pairar numa paisagem de sonho, tristeza,
sofrimento e desconexão”.
“Cada
uma das imagens do realizador é mais arrebatadora do que a outra e a sua
beleza, juntamente com uma paisagem sonora envolvente de camas que rangem,
lençóis ao sabor do vento e chuva sobre telhados em ruínas, é encantadora”,
escreve o crítico norte-americano.
“O
[filme] mais recente do mestre português” é, para a Esquire, uma “série de
quadros de luto apaixonado” onde “a grandeza formal do filme, a sua precisão de
composição e interação pictórica de luz e escuridão, é avassaladora”, tal como
a “presença majestosa” da própria Vitalina Varela.
“Vitalina
Varela” foi estreado há um ano no Festival de Locarno, na Suíça, onde recebeu o
prémio máximo, assim como a protagonista, Vitalina Varela, foi duplamente
premiada como melhor atriz. Desde então o filme já foi exibido em mais de 50
festivais de cinema, cinematecas e ciclos dedicados a Pedro Costa, tendo sido
premiado na maioria dos certames, como o Festival de Cinema de São Francisco,
nos Estados Unidos, em abril, que deu ao realizador o prémio “Persistence of
Vision”.
Na
oitava posição da Esquire, “Bacarau” conta a história de uma cidade fictícia
com esse nome, no nordeste do Brasil, onde os moradores descobrem subitamente
que “a sua casa desapareceu de todos os mapas GPS e a rede de telemóvel deixou
de funcionar”, além de um ovni ao estilo dos anos 50 a pairar sobre a cidade
que não deixa os habitantes perceberem se é “uma alucinação provocada pelas
drogas psicotrópicas que ingeriram ou uma ferramenta de forças sinistras pronta
a desferir um ataque”.
“Estilisticamente
comprometido tanto com os ‘westerns’ de Sergio Leone como com os ‘thrillers’ de
John Carpenter, mas também imbuído de um estilo exagerado próprio, o filme de
[Kleber Mendonça] Filho e [Juliano] Dornelles entra na dinâmica geopolítica [da
América do Sul] com a precisão de um bisturi”, escreve a Esquire.
A
listagem da publicação norte-americana inclui, ainda, títulos como “First Cow”,
de Kelly Reichardt, “O Pássaro Pintado”, de Václav Marhoul, e “Bloody Nose,
Empty Pockets”, de Bill Roo e Turner Ross, nas três primeiras posições.
A
Esquire é uma revista masculina norte-americana, que publica sobre “moda
masculina, coqueteils, política, entrevistas e mulheres”, que se distinguiu
igualmente pelos dossiers dedicados à literatura e às artes, desde a sua fundação,
em 1933. In “Bom dia Europa” - Luxemburgo
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