Relatório sobre 41 economias em países ricos destaca
ameaças substanciais devido à pandemia, Holanda, Dinamarca e Noruega são os
melhores colocados no ranking do estudo apoiado pela Unicef que avalia ainda aptidões
de leitura, matemática e obesidade
Portugal
é o único país lusófono no grupo e ocupa a 17ª posição na tabela que classifica
41 nações da União Europeia e da Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Económico, OCDE.
Aptidões
Foram
analisados indicadores como saúde mental, física e aptidões académicas e sociais.
É
com base nestes três indicadores que Holanda, Dinamarca e Noruega ocupam o topo
da tabela publicada pelo Centro de Estudos Innocenti da Unicef.
De
acordo com a diretora da instituição, Gunilla Olsson, muitas crianças de países
mais ricos do mundo fracassam, mesmo com os recursos para que tenham boa
infância.
A
representante alerta que sem medidas rápidas e decisivas dos governos para
proteger o bem-estar infantil na resposta à pandemia, pode-se continuar
esperando que haja taxas crescentes de pobreza infantil.
A
deterioração da saúde física e mental associada ao déficit, cada vez maior, de aptidões
é evidente no relatório “Mundos de influência: entender o que molda o bem-estar
infantil em países ricos, que também estuda o período pré-pandemia”.
Confinamento
O
relatório menciona haver baixa qualidade no apoio a famílias e crianças em
relação à Covid-19, realçando que “muito mais deve ser feito para proporcionar
uma infância segura e feliz às crianças”.
No
primeiro semestre deste ano, grande parte dos países analisados manteve as
escolas fechadas por mais de 100 dias, enquanto implementava políticas rígidas
de confinamento domiciliar.
O
efeito dessas restrições foi “catastrófico” para o bem-estar das crianças
quando associado à perda de familiares e amigos, ansiedade, falta de apoio, encerramento
de escolas, equilíbrio entre trabalho e vida familiar, acesso precário aos
cuidados de saúde e perdas económicas. A sua saúde física, mental e
desenvolvimento foram afetados.
A
taxa média de pobreza infantil relativa nos 41 países era de 20% antes da
pandemia. Este indicador deverá agravar se governos não tomarem “medidas
corretivas imediatas” com a previsão de queda do Produto Interno Bruto, PIB, em
quase todas estas economias nos próximos dois anos.
Austeridade
As
propostas incluem baixar a desigualdade em rendimento e pobreza assegurando o
acesso de todas as crianças a recursos necessários e abordando “a grave lacuna
nos serviços de saúde mental para crianças e adolescentes”.
O
estudo recomenda melhoras em políticas do Covid-19 que apoiem famílias com
crianças. Outra sugestão é que sejam garantidos orçamentos que apoiem o
bem-estar da criança e estas sejam protegidas das medidas de austeridade.
O
documento aponta que crianças com famílias em posição social menos favorecida e
vítimas de bullying têm saúde mental significativamente pior.
Matemática
A
Lituânia tem a maior taxa de suicídio de adolescentes, seguida pela Nova
Zelândia e pela Estónia. Esta é uma das principais causas de morte entre jovens
de 15 a 19 anos nos países ricos.
Cerca
de uma em cada três crianças em todos os países analisados estão obesas ou com
sobrepeso, com um aumento acentuado de taxas no sul da Europa. Em mais de um
quarto dos países ricos, a mortalidade infantil ainda é superior a uma por mil
crianças.
As
crianças da Bulgária, Roménia e Chile são as menos proficientes em aptidões de
leitura e matemática.
Progresso
O
relatório inclui dados sobre “áreas de progresso claro” no bem-estar infantil.
Em média, 95% das crianças em idade pré-escolar estão agora matriculadas em
programas de aprendizagem organizados.
O
número de jovens de idades entre 15 a 19 anos, que não estudam, não trabalham
ou são capacitados, diminuíram em 30 de 37 países.
A agência destaca que o investimento nas crianças é um investimento direto no nosso futuro. ONU News – Nações Unidas
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