É inaugurada hoje a Exposição de Pintura Lusófona, que se
realiza pelo quinto ano seguido, no Clube Militar. Serão apresentadas 27 obras
de artistas de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal,
São Tomé e Príncipe, Timor e Macau. José Isaac Duarte, que faz parte da
organização do evento, diz que o objectivo é trazer a Macau “artistas
diversificados no estilo, nas técnicas e nos temas”.
Este
é o quinto ano em que a mostra Exposição de Pintura Lusófona é realizada no
Clube Militar, como parte da série “Pontes de Encontro”. São, no total, 27
obras que vão ser expostas, de artistas de Angola, Brasil, Cabo Verde,
Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, Timor e Macau.
A
inauguração acontece hoje, às 18h30, na Galeria Ho Yin do Clube Militar de
Macau. As peças ficarão expostas até dia 2 de Novembro, todos os dias, das 12
às 19 horas.
A
curadoria e a produção executiva são da responsabilidade da APAC – Associação
para a Promoção de Atividades Culturais. José Isaac Duarte, que faz a produção
executiva da exposição, começou por dizer ao Ponto Final que a iniciativa “traz
a alegria de voltar a acontecer qualquer coisa” em Macau.
A
Exposição de Pintura Lusófona costuma ser a segunda da série de exposições
organizadas pelo Clube Militar, intitulada “Pontes de Encontro”, que abre
normalmente com uma exposição de pintura portuguesa, por altura do Dia Nacional
de Portugal, que este ano não se realizou devido à pandemia. O evento
“coincide, interessantemente, com o 150.º aniversário do Clube Militar”. Um
aniversário “ensombrado” pelas dificuldades provocadas pela pandemia.
A
organização da exposição no Clube Militar foi impactada pelo vírus: “Procuramos
trazer, em geral, artistas novos, mas este ano repetimos alguns, este ano foi
um ano particularmente difícil para a organização pelas razões que são
conhecidas, ligadas a todas as restrições de comunicação”. Segundo José Isaac
Duarte, este foi “um ano de custos elevados em termos de transportes”. “Não é a
mesma coisa estar a falar directamente com os artistas, estar com eles nos
ateliês, estar a ver as obras que eles estão a fazer, o que têm em acervo, etc.
Tornou tudo mais difícil. É um ano difícil para as pessoas e para muitos
artistas em particular”, indicou.
A
exposição que é agora inaugurada segue “um modelo simples”, explicou Isaac
Duarte, detalhando: “O modelo é ter um artista de cada país lusófono e de Macau
a apresentar as suas obras”. O objectivo é “trazer artistas diversificados no
estilo, nas técnicas e nos temas”, referiu o membro da produção da iniciativa.
E, além disso, visa “servir um pouco como uma mostra da diversidade e
criatividade das artes plásticas nomeadamente nas artes visuais no mundo
lusófono”.
“Procuramos
trazer artistas dos diferentes países, com obras recentes e com obras que, de
algum modo, reflictam o estilo desse artista”, explicou Isaac Duarte,
assinalando que não existe um tema unificador das obras que estarão presentes:
“Esse é um trabalho dos curadores que, dentro de uma diversidade grande e
dentro de um objectivo, mostrar uma diversidade de técnicas, de temas, de
abordagens estilísticas etc., procurar encontrar uma exposição que no conjunto
resulta equilibrada e harmoniosa”.
O
artista representante de Angola é Cristiano Mangovo, que expõe em Macau pela
primeira vez. O jovem artista angolano estudou Pintura na República Democrática
do Congo, na Faculdade de Belas Artes de Kinshasa. Segundo explica a
organização, fez uma formação com diversos artistas e participou em ‘workshops’
sobre a cenografia urbana e performance. Além disso, já expôs a sua obra em
diversos países europeus, bem como nos Estados Unidos da América.
Do
Brasil, o artista convidado a participar nesta exposição foi Jayr Peny, que
iniciou a sua carreira profissional em 1981, depois de ter concluído a formação
académica em Pintura na Universidade Federal do Rio Grande do Sul e, mais
tarde, tendo estudado Desenho Artístico. Desde 81, já realizou 44 exposições
individuais, nomeadamente em Portugal, Brasil, França e Estados Unidos da
América.
Tutu
Sousa é o artista convidado de Cabo Verde. Segundo explica uma nota da
organização, Tutu Sousa é um autodidata no domínio da pintura e da escultura,
contando, no seu percurso, com mais de 30 exposições individuais realizadas em
Cabo Verde e no estrangeiro. Em Cabo Verde, o artista fez dezenas de pinturas
de murais decorativos, nomeadamente nos aeroportos do país.
O
artista convidado da Guiné-Bissau é Sidney Cerqueira, que, segundo conta a
organização, desde muito cedo se dedicou à pintura. Desde 2007 tem participado
em várias exposições individuais e colectivas na Guiné, bem como no Senegal, em
Portugal, na Suíça, no Brasil e em Cabo Verde.
O
artista local a integrar a mostra no Clube Militar será Victor Marreiros. O
designer, ilustrador e artista plástico de Macau foi distinguido com mais de
200 prémios locais e internacionais. Victor Marreiros recebeu, em 1999, a
“Medalha de Mérito Profissional” do Governo de Macau e, em 2004, foi agraciado
com o “Título Honorífico de Valor”. A sua obra já foi exposta em mostras individuais
e colectivas em mais de 15 países.
Suzy
Bila é a artista convidada de Moçambique. A moçambicana concluiu o curso de
Pintura e Desenho na AR.CO, em Lisboa, e é mestre em Educação pré-escolar. A
artista combina, segundo a organização, o seu trabalho artístico com
actividades académicas relacionadas com a aplicação da arte na educação
infantil.
O
artista de Portugal escolhido para expor a sua obra em Macau é Fernando
Direito, que iniciou a sua carreira nos anos 60 em Moçambique e chegou a ser
artista da Galeria 111. Actualmente é representado pela Galeria VALBOM, em
Lisboa, e tem integrado várias colecções nacionais e internacionais, públicas e
privadas.
Eva
Tomé, de São Tomé e Príncipe, também vai ver a sua obra exposta em Macau. A
artista estudou Estilismo, Modelação e Arte na Dinamarca. Tem exposto, desde
2000, em São Tomé, bem como noutros países.
A
artista de Timor-Leste que vai expor nesta mostra será Dulce Martins,
descendente de uma família tradicional timorense, conta a organização, acrescentando
que se iniciou como autodidata e complementou a sua formação em cursos da UAL,
da Fundação Gulbenkian e da SNBA. Dulce Martins é representada em várias
instituições públicas e privadas, diz a organização da exposição de Macau.
“Esta
é uma exposição que visa mostrar diversidade, sendo que nessa diversidade
procuramos encontrar algum equilíbrio”, indicou José Isaac Duarte.
O
responsável indicou que, no ano passado, a exposição teve cerca de 2.500
visitantes. Porém, este ano a organização espera menos: “É melhor
prepararmo-nos para o pior”. “A galeria do Clube Militar tem uma localização
bastante interessante do ponto de vista da cidade e dos fluxos turísticos e é
visitada por muitos turistas”, apontou Isaac Duarte, ressalvando que a
componente dos turistas vindos de fora deverá ser menor: “É natural que essa
componente decresça. Nos feriados, vamos ver como é que a cidade está”. André
Vinagre – Macau in “Ponto Final”
andrevinagre.pontofinal@gmail.com
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