Díli
– O Presidente da Timor Gap, António José Loiola de Sousa, disse que o projeto
do Greater Sunrise (GS) está em fase de discussão entre os governos de
Timor-Leste e da Austrália para determinarem o regime fiscal e o código
mineiro.
“A
discussão sobre estes dois elementos é que vão determinar o contrato de
partilha de produção. Com base no contrato, os consórcios vão juntar-se para
desenvolverem o conceito do Greater Sunrise. Falámos sobre o valor que
representa o projeto do Greater Sunrise. É sabido que, quando for
determinado o plano para o desenvolvimento do Greater Sunrise, será
então definido o seu valor real, onde já existe o interesse público de três
empresas, Timor Gap, Woodside e Osaka Gas”, disse o Presidente da Timor Gap, no
âmbito da audiência pública com a Comissão C, que trata dos Assuntos das
Finanças Públicas, e a Comissão D, que trata dos Assuntos da Economia e
Desenvolvimento, do Parlamento Nacional (PN), em Díli.
António
Sousa referiu ainda que, caso o plano de desenvolvimento do GS venha a ser estabelecido,
deverá ser aprovado em duas fases – na primeira, é submetido à autoridade
Nacional do Petróleo e Minerais (ANPM) para proceder à sua avaliação e aprovação
e, finalmente será apresentado ao Conselho de Administração representado pelos
executivos timorense e australiano, que tomarão uma decisão no sentido de se
chegar a um consenso mútuo.
“O
Greater Sunrise constitui para nós uma prioridade, pelo que devemos
discutir com profundidade e ouvir os nossos parceiros de forma a defendermos os
nossos interesses”, afirmou.
No
que toca à vinda do gasoduto para Timor-Leste, o presidente disse que, segundo os
procedimentos, a Timor Gap ainda está a efetuar os estudos relativos às
condições, riscos e incertezas para posteriormente serem apresentados ao
Governo e Parlamento Nacional para então tomar a decisão final.
“Não
é a Timor Gap que vai decidir, porque os donos da riqueza são os timorenses”, referiu.
O
responsável da Timor Gap revelou ainda que, após o orçamento de 2020 ser aprovado,
a empresa estatal vai explicar com detalhe a cada bancada política do PN para
depois ouvir as suas opiniões sobre o modelo de gestão a seguir na obtenção de riqueza
por parte do Estado.
No
que concerne ao processo de negociação do GS, António Sousa adiantou também que
a Timor Gap, que representa o Estado de Timor-Leste, tem promovido debates construtivos
e profícuos com empresas, contribuindo para ganhar a confiança de vários
parceiros, acreditando que no próximo ano possa trazer resultados concretos.
António
Sousa reiterou que, para obter resultados, o Governo deverá determinar o regime
fiscal bem como o código mineiro a fim de criar o contrato de partilha de produção
(PSC, em inglês).
“Depois
do PSC, as três empresas vão poder decidir qual o plano de desenvolvimento que
melhor se adequa ao projeto do Greater Sunrise. Através deste plano,
poderemos conhecer quais as opções para desenvolver o campo do Greater
Sunrise”, concluiu.
Recorde-se
que os governos de Timor-Leste e da Austrália trocaram a nota diplomática sobre
o tratado das fronteiras marítimas, tendo entrado em vigor a 30 de agosto de
2019. O Estado timorense, através da ANPM, está presentemente a negociar com o
Executivo australiano e demais empresas o conceito de desenvolvimento do GS.
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