Lisboa
- Os embaixadores dos nove Estados-membros da Comunidade dos Países de Língua
Portuguesa (CPLP) deram hoje luz verde à candidatura do Paraguai a observador
associado da organização.
Segundo
o embaixador de Cabo Verde em Lisboa, país que tem a atualmente a presidência
rotativa da CPLP, os representantes dos Estados-membros, reunidos hoje em
Lisboa, no habitual encontro do Comité de Concertação Permanente (CCP) da
organização, "apreciaram favoravelmente" a candidatura daquele país.
O
parecer favorável do CCP representa a "luz verde" para que o processo
possa avançar e seguir os passos necessários para depois ser aprovado em
Cimeira de Chefes de Estado e de Governo, sublinhou Eurico Monteiro.
O
Paraguai entregou o pedido para se tornar observador associado da CPLP em julho
último, tal como anunciou na altura o ministro das Relações Exteriores
paraguaio.
A
intenção, segundo Rivas Palácios, é aproveitar as excelentes relações políticas
entre Portugal e o Paraguai para criar possibilidades de investimento no
continente, o que faz da CPLP o "melhor caminho" para o investimento
paraguaio em África, onde se quer afirmar.
"A
CPLP é o melhor caminho para chegar a África, para fazer acordos de associação
e alianças económicas", afirmou o chefe da diplomacia paraguaia, numa
conferência em que participou o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros
português, Augusto Santos Silva.
Desta
forma, o Paraguai junta-se a uma lista de outros 12 Estados e organizações
internacionais que estão a desenvolver os seus processos para que possam
formalizar a adesão, com o estatuto de observador associado, na próxima reunião
de chefes de Estado e de Governo, a realizar em Luanda, Angola, em julho do
próximo ano, durante a qual deverão ser analisadas as referidas candidaturas.
Os
representantes dos Estados-membros da CPLP já tinham também o aval aos
processos de candidatura da Índia e Irlanda a observadores associados.
Ao
todo, são 13 as candidaturas que deverão ir à próxima cimeira da CPLP:
Paraguai, Estados Unidos da América, Espanha, Índia, Irlanda, Canadá, Grécia,
Costa do Marfim, Peru, Qatar, Roménia, Organização Europeia de Direito Público
(EPLO, na sigla em inglês) e Secretaria Geral Ibero-Americana (SEGIB).
Atualmente,
a CPLP conta com 18 países observadores associados e uma organização, a OEI --
Organização de Estados Ibero-Americanos.
Os
Estados que pretendam adquirir o estatuto de observador associado terão de
partilhar os princípios orientadores da CPLP, designadamente no que se refere à
promoção das práticas democráticas, à boa governação e ao respeito dos direitos
humanos, e prosseguir, através dos seus programas de governo, objetivos
idênticos aos da organização, mesmo que, à partida, não reúnam as condições
necessárias para serem membros de pleno direito daquela organização, segundo o
'site' oficial daquela comunidade.
Os
observadores associados podem participar, sem direito a voto, nas cimeiras e no
Conselho de Ministros, sendo-lhes facultado o acesso à correspondente
documentação não confidencial, podendo ainda apresentar comunicações desde que
devidamente autorizados para o efeito. Além disso, podem ser convidados para
reuniões de caráter técnico.
Porém,
qualquer Estado-membro da CPLP poderá, caso o julgue oportuno, solicitar que
uma reunião tenha lugar sem a participação de observadores.
Os
Estados-membros da CPLP são Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné
Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. In “Sapo
Timor-Leste” com “Lusa”
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