Com a obra Os heróis que não sabiam voar, Honório
Quimbuari sagrou-se vencedor da 2.ª edição do Prémio Imprensa Nacional de Literatura,
anunciou a organização durante uma conferência de imprensa realizada nesta
segunda-feira,14, em Luanda
De
34 anos, Quimbuari foi galardoado por ter concorrido com um romance que o júri classifica
de "a voz dos marginalizados" das ex-Forças Armadas Populares de
Libertação de Angola (FAPLA).
Natural
de Luanda, Honório Reciado Quimbuari Francisco superou a concorrência de outros
69 autores que tentaram a sorte num prémio que, além da publicação de mil
exemplares da obra laureada, prevê a atribuição de um milhão de kwanzas ao
vencedor.
Instituído
com o objectivo de "valorizar o talento nacional e promover a divulgação
de obras de autores desconhecidos no mercado literário angolano", o Prémio
Imprensa Nacional de Literatura viu a sua primeira edição, em 2019, terminar
sem vencedor por o júri ter identificado nas 33 obras a concurso "falta de
apuro estético e estrutural "e " indícios de uma elaboração
circunstancial e imediatista, eivada de rebuscamento de esquemas rimáticos
pouco criativos".
Já
na edição deste ano, em que o número de candidatos mais do que duplicou, o
mesmo júri - que voltou a ter os mesmos membros, sendo presidido pelo professor
e jornalista Manuel Muanza - reconhece ter havido "uma melhoria
substancial na qualidade das obras submetidas". Aliás, chegou mesmo a
pensar numa espécie de «menção honrosa» para a obra Escárnio, de Mbomba
Mudiatela, mas tal não aconteceu por este último concorrente ter violado o
exposto no artigo 4.º do regulamento do concurso, em que se determina, entre
outros aspectos, que a obra apresentada ao prémio seja original, inédita, e não
tenha sido apresentada a nenhum outro concurso com decisão pendente.
Para a avaliação das
obras, segundo o estabelecido no regulamento do concurso, o júri teve em conta
os seguintes critérios: originalidade (50%), contributo para a cultura nacional
(30%) e respeito pelas características canónicas do género literário (20%). Onélio
Santiago - Angola in “Novo Jornal”
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