Os jovens da Guiné Equatorial estão a começar a aprender português, disse à Lusa o músico Negro Bey, mais de uma década depois de Malabo ter aderido à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP)
“Aos
poucos vamos avançando. Os jovens estão a estudar um pouco de português, embora
não falem bem, mas tentamos melhorar”, disse o ‘rapper’ de 40 anos.
Em
3 de Outubro, o secretário executivo da CPLP disse à Lusa que a expansão da
língua portuguesa na Guiné Equatorial, “um substrato essencial” da organização,
é “uma preocupação”. “As autoridades da Guiné Equatorial estão a dar passos”,
mas “precisam também de uma ajuda dos Estados-membros”, porque “não é fácil”
pôr em prática um programa a nível nacional de ensino da língua do português,
sublinhou Zacarias da Costa.
Nas
universidades de Malabo e de Bata, onde Portugal e Brasil ajudam, “já estão
muito avançados os treinos e formação de formadores” e, em 2023, a língua
portuguesa também foi introduzida nos currículos do ensino básico e secundário,
enumerou o dirigente. “O problema é que não temos professores e é preciso
trabalhar num conjunto de coisas que vão desde a facilitação dos vistos para
cidadãos da CPLP, (…) para os professores poderem circular livremente e exercer
as suas profissões livremente”, considerou na altura Zacarias da Costa.
O
secretário executivo da organização recordou “a agressividade da francofonia”,
nomeadamente dos franceses, que foram “muito céleres no estabelecimento de
escolas da Aliance Française nos vários pontos” da Guiné Equatorial.
Negro
Bey disse que a participação da Guiné Equatorial na CPLP começa a ser conhecida
no país, sobretudo “porque tem havido muitas reuniões e cimeiras”.
Na
mais recente, em 30 de Julho, a Guiné Equatorial e a CPLP assinalaram 10 anos
da adesão com a visita a Malabo do presidente em exercício da organização, o
chefe de Estado de São Tomé e Príncipe, Carlos Vilanova, que foi recebido pelo
homólogo Teodoro Obiang Nguema.
Na
altura Plácido Mico Abogo, antigo secretário do principal partido da oposição
no país, Convergência para a Democracia Social, disse à Lusa que “mais de 99%
da população da Guiné Equatorial não teve sequer conhecimento de que o país faz
parte da CPLP, nem isso teve qualquer impacto na sua vida quotidiana”. In “Ponto
Final” – Macau com “Lusa”
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