Na última década, o número de alunos a aprender português na RAEM, quer do ensino não superior quer do superior, registou uma tendência de aumento contínuo. Segundo a DSEDJ, mais de 11.500 estudantes do ensino não superior aprendiam a língua de Camões em 2023/2024, enquanto em instituições de ensino superior os cursos relacionados com português ou leccionados nesta língua atraíam mais de 1500. Por outro lado, dados da DSEC mostram que, entre 2011 e 2021, num contexto em que a população local subiu 16,63%, o número de residentes que dominavam o português aumentou quase 20,7% para cerca de 15 mil
No
ano lectivo 2023/2024, mais de 11.500
alunos de ensino não superior participaram em programas de Língua Portuguesa,
em cursos abertos por escolas através de currículo regular, actividades
extracurriculares ou complementares, de acordo com a Direcção dos Serviços de
Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ). Em resposta ao Jornal Tribuna
de Macau, o organismo sublinhou que o volume de alunos aprendentes de português
reflectiu uma tendência de aumento ao longo da última década.
Entre
esses aprendentes, cerca de 3000 matriculados em oito escolas começaram a
estudar, desde a infância, num ambiente em que a língua veicular de ensino era
o português.
No
domínio do ensino superior, a DSEDJ frisa que, nos últimos anos, o número de
instituições de ensino superior de Macau que abrem cursos relacionados com a língua
portuguesa ou leccionados principalmente em português também tem vindo a “subir
de forma constante”, bem como a oferta dos respectivos programas e o volume de
alunos, em geral.
Segundo
o organismo, no ano lectivo 2014/2015, quatro instituições de ensino superior
de Macau disponibilizavam mais de 10 cursos ligados à Língua de Camões, que, na
altura, contavam com cerca de 700 alunos. O cenário evidenciou-se no ano
lectivo 2023/2024, pelo facto de cinco instituições de ensino superior terem
lançado mais de 20 cursos do género (mais 50%), que atraíram mais de 1500
alunos (mais 114,28%), com os residentes da RAEM a representarem cerca de
metade. Ao mesmo tempo, os alunos de licenciatura correspondiam a 50% do total.
Por
outro lado, a DSEDJ destacou que o seu Centro de Difusão de Línguas e o
Programa de Desenvolvimento e Aperfeiçoamento Contínuo constituem outras
oportunidades para os residentes interessados aprenderem português. O Centro de
Difusão de Línguas, que disponibiliza regularmente cursos no sentido de
permitir que os residentes conheçam e dominem a língua e a cultura portuguesas
básicas, já acolheu mais de 110 turmas, com as vagas a superarem 2700 no total.
Recordando que os residentes se podem inscrever consoante o seu interesse e
capacidade, a DSEDJ assegurou que esses cursos foram bem-recebidos pelo público
e geraram forte adesão.
No
que respeita ao Programa de Desenvolvimento e Aperfeiçoamento Contínuo, o
número de inscritos para os cursos de língua portuguesa registou também uma
subida de 300 para 1000, entre 2014 e 2023, num contexto de estabilidade das
instituições participantes no Programa (cerca de 10, tanto em 2014 como em
2023). Segundo observa a DSEDJ, os aprendentes de português no âmbito do
programa de Aperfeiçoamento Contínuo são principalmente alunos e jovens, o que
reflecte que as inscrições de residentes resultaram do seu planeamento
profissional e da procura pelo desenvolvimento de capacidades profissionais.
De
um modo geral, o organismo assevera que continua a prestar alta importância e
forte apoio à formação de quadros bilingues chinês-português com domínios
abrangentes. “A DSEDJ está empenhada em cultivar alunos interessados, desde a
infância, para que possuam capacidades para ouvir, falar, ler e escrever em português”,
sublinhou.
Por
outro lado, tanto a DSEDJ como os Serviços de Estatísticas e Censos (DSEC)
afirmaram que não têm estatísticas em relação à situação das entidades privadas
que disponibilizam cursos do português (não fazendo parte do Programa de
Desenvolvimento e Aperfeiçoamento Contínuo) no território.
Sobre
este “mercado”, foi aberto recentemente um curso introdutório de português
(oral) destinado a pais e filhos com idades entre os seis e 12 anos, com uma
duração de dois meses. De acordo com a Associação de Gestão de Macau, entidade
organizadora, o programa visa despertar a curiosidade e interesse de crianças
de Macau pela língua portuguesa, através de jogos e interacção familiar durante
as aulas. As vagas foram rapidamente preenchidas.
Só 2,71% dominam língua de Camões
Ao
nível do panorama geral, de acordo com os dados mais actualizados da DSEC,
entre 2011 e 2021, num período em que a população local de Macau aumentou
16,63% para 550.374,
o número de residentes que dominavam a língua portuguesa subiu quase 20,7% para
um total de 14.939.
Este número representava apenas 2,71% do total dos residentes em 2021, sendo
ainda assim ligeiramente superior à percentagem de 2,62% anotada em 2011.
No
mesmo período temporal, o número de habitantes locais que têm o português como
língua corrente cresceu 3,96% para 3751. O grupo de residentes que falavam
português no seu dia-a-dia correspondia a 0,68% da totalidade em 2021, aquém
dos 0,76% registados em 2011.
Dados
estatísticos revelam ainda que, entre todos os grupos etários jovens com o
domínio do português, residentes com idades entre 20 e 24 anos registaram o
aumento mais notório entre 2011 e 2021, com o número a subir 49,23% para 1267.
Por
outro lado, em 2021, 95,7% dos habitantes de Macau dominavam o Cantonês, 52,2%
o Mandarim, e 24,3% o Inglês. Na vida quotidiana, os falantes de Cantonês,
Mandarim, Inglês e Português ocupavam 89,4%, 3,64%, 1,28% e 0,68% da população
local, respectivamente. In “Jornal Tribuna de Macau” - Macau
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