Histórico líder timorense recebeu o ‘Prémio Carreira’ na
edição anual dos Prémios da Lusofonia, organizados em parceria com a Comunidade
dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e com a Câmara Municipal de Cascais
O
primeiro-ministro de Timor-Leste, Xanana Gusmão, foi homenageado na VIII edição
da Gala Prémios da Lusofonia, numa cerimónia que distinguiu 15 personalidades
dos nove países que têm a língua portuguesa como língua oficial, este sábado,
no Estoril.
“Este
meu prémio pertence ao povo timorense. Aos timorenses que lutaram pela
integridade da nação e que se sacrificaram pela libertação do seu território.
Coube-me o papel de liderar esta luta. Mas, em boa verdade, eu é que fui
liderado pelo povo. Foram as mulheres, homens, jovens e crianças do meu amado
país que me inspiraram, que me deram força e esperança, e que nunca me
permitiram desistir nos momentos mais difíceis do meu percurso pelo qual sou
hoje homenageado”, afirmou o histórico líder timorense, recordando os anos de
luta pela autodeterminação de Timor-Leste.
Kay
Rala Xanana Gusmão recebeu o ‘Prémio Carreira’ durante o evento anual dos
Prémios da Lusofonia, que têm a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa
(CPLP) e a Câmara Municipal de Cascais como entidades parceiras.
António
Quintas, antigo embaixador de São Tomé e Príncipe em Portugal, e Manuel Nsua,
primeiro-ministro da Guiné Equatorial e antigo diretor do Banco Nacional da
Guiné Equatorial, receberam o ‘Prémio Mérito Lusófono’, enquanto Luísa Diogo,
antiga primeira-ministra de Moçambique, e Filomena Gonçalves, ministra da Saúde
de Cabo Verde, foram distinguidas com o ‘Prémio Especial Lusofonia’.
O
‘Prémio Língua Portuguesa’, que na edição do ano passado foi entregue ao
Instituto Camões, distinguiu o escritor e jornalista brasileiro Edmilson
Caminha.
Quanto
aos galardoados portugueses, a fadista Ana Moura recebeu o ‘Prémio Música do
Mundo’, o encenador e dramaturgo Filipe La Féria o ‘Prémio Teatro e Cinema’, o
ativista Miguel Duarte o ‘Prémio Cidadania’, a apresentadora Liliana Campos o
‘Prémio Comunicação Social’ e a estilista e empresária Ana Sousa recebeu o
‘Prémio Moda e Estilismo’.
Na
esfera das empresas, a ISQ recebeu o ‘Prémio Ação Empresarial, que em edições
anteriores foi atribuído à Delta Cafés e a Rui Nabeiro.
O
‘Prémio Ambiente’ foi entregue a Josefa Sacko, comissária para a Agricultura e
Economia Rural da União Africana (UA), o ‘Prémio Diplomacia’ a Maria de Fátima
Jardim, atual Embaixadora de Angola na Albânia, o ‘Prémio Literatura’ a Abdulai
Sila, engenheiro, economista e investigador social da Guiné-Bissau.
Em
representação do presidente da Câmara de Cascais, Carlos Carreiras, a vereadora
Carla Semedo saudou a “celebração da herança cultural riquíssima que ultrapassa
fronteiras” representada no evento dos Prémios da Lusofonia, aludindo à
comunidade global de 270 milhões de falantes de língua portuguesa.
“É
uma homenagem a essa diversidade, que nos enriquece mutuamente, e é um lembrete
de que a nossa língua comum é uma força de coesão, capaz de promover o diálogo
intercultural e a compreensão entre os povos. A comunidade da lusofonia é mais
do que uma comunidade linguística. É uma comunidade de afetos, de partilhas e
de sonhos comuns. (…) A lusofonia é um vasto oceano de diversidade. De Lisboa a
Luanda, de São Paulo a Maputo, de Díli a Praia”, afirmou a vereadora.
Do
lado da CPLP, o secretário executivo Zacarias da Costa falou da Gala Prémios da
Lusofonia como “o palco onde se manifesta o poder transformador da cultura e da
língua”. “Este é um momento que não apenas celebra as conquistas de figuras
excecionais do nosso universo lusófono, mas também reafirma o compromisso da
CPLP em promover e fortalecer os laços que unem os povos de língua portuguesa
espalhados pelo mundo”, disse o diplomata timorense.
Sobre
os laços da CPLP com os Prémios da Lusofonia, Zacarias da Costa aponta para um
“reflexo da nossa convicção de que a promoção das culturas lusófonas e da
língua portuguesa é uma missão coletiva e uma responsabilidade partilhada”,
defendendo a importância do “intercâmbio cultural e fortalecimento das
indústrias criativas pioneiras e estratégias no plano de ação da CPLP”. Sobre a
“essência da lusofonia”, o antigo ministro dos Negócios Estrangeiros e
Cooperação explica-a como “a capacidade de criar pontes, de unir povos e de
transformar a diversidade numa força motriz para o desenvolvimento”.
Lançados
em 2017, os Prémios da Lusofonia reconhecem a vida e obra de cidadãos e cidadãs
da lusofonia em várias áreas – em que “a paridade de género constitui ponto de
honra” -, contando com Isabel Leitão como fundadora e mentora. In “Jornal Económico” - Portugal
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