Prémio da Fundação AstraZeneca, no valor de 35 mil euros, vai ajudar Delfim Duarte a desenvolver novas terapias para doentes com leucemia mieloide aguda
A
leucemia mieloide aguda (LMA) é responsável por cerca de 60% das mortes por
leucemia, afeta anualmente 15 adultos em cada 100 mil pessoas e tem uma
sobrevida baixa, sobretudo num conjunto mais pequeno de doentes que têm um
subtipo genético muito agressivo. Encontrar novas terapias para estes pacientes
é o objetivo do projeto vencedor do Prémio FAZ Ciência liderado pelo
investigador Delfim Duarte, do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da
Universidade do Porto (i3S).
Este
prémio, no valor de 35 mil euros, é uma iniciativa anual da Fundação
AstraZeneca e tem como objetivo distinguir os melhores projetos de investigação
translacional (que englobe pesquisa empírica e trabalho de campo) em Oncologia
desenvolvido em Portugal. Nesta edição foram apresentadas 24 candidaturas,
tendo o investigador do i3S conquistado o primeiro prémio.
Denominado
«Desvendar o microambiente imunitário e estromal da leucemia mieloide aguda com
mutação TP53», o projeto de Delfim Duarte tem como objetivo “mapear e
manipular, com engenharia genética e fármacos, o microambiente da medula óssea
que interage com células de leucemia mielóide aguda (LMA) de um subtipo
genético – uma mutação do gene TP53 – que é particularmente agressivo e
responde mal aos tratamentos existentes, a LMA com mutação do TP53”.
Ao
desvendar os mecanismos da LMA com esta mutação, adianta o investigador do i3S
e hematologista do IPO-Porto, “o nosso propósito é desenvolver novas
terapêuticas”. Para tal, acrescenta Delfim Duarte, “iremos utilizar modelos
animais inovadores que possibilitam a marcação do microambiente maligno e
técnicas de sequenciação e imagiologia”.
Na
cerimónia de entrega do Prémio FAZ Ciência, que decorreu no dia 18 de setembro
na sede da AstraZeneca Portugal, a presidente da Fundação AstraZeneca, Maria do
Céu Machado sublinhou que “o apoio à investigação científica e os contributos
que daí resultam são fundamentais para os doentes e para os profissionais de
saúde”. E lembrou que a “investigação de excelência” em Oncologia que se faz em
Portugal relativamente a novas terapêuticas e técnicas de diagnóstico e
prevenção “deve ser prestigiada e distinguida”.
Trabalho reconhecido além-fronteiras
O
prémio atribuído pela AstraZeneca Portugal surge poucas semanas de Delfim
Duarte ter sido distinguido com uma das três Bolsas de Investigação para
Médicos Cientistas atribuídas este ano pela Associação Europeia de Hematologia
– The European Hematology Association (EHA).
No
valor de 240 mil euros, e com uma duração de três anos, este financiamento
permitirá ao investigador estudar o papel do ferro no processo da formação e
diferenciação anormal das células de sangue (hematopoiese clonal), que aumenta
o risco de desenvolvimento da leucemia mieloide aguda.
Para
Delfim Duarte, este financiamento da EHA, que resultou de um processo de
avaliação muito exigente, representa o “reconhecimento da solidez da proposta e
uma motivação adicional. É também o reconhecimento do trabalho que a nossa
equipa tem desenvolvido nesta área nos últimos anos”. Universidade do Porto
- Portugal
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