A propina para a frequência do Ensino de Português no Estrangeiro (EPE) vai terminar a partir do próximo ano letivo e serão ajustados os horários deste ensino, anunciou ontem o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas. José Cesário falava na sessão de abertura da sessão plenária na Assembleia da República do plenário mundial do Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP), que começou ontem e decorre até quinta-feira, em Lisboa.
O
governante manifestou-se desiludido com os resultados recentes do ensino de
português no mundo, nomeadamente “a perda de milhares e milhares de alunos na
Europa”. “É algo que não me deixa satisfeito e é uma perda relativamente
recente, em parte devido à pandemia que vivemos”, observou.
Para
tentar alterar este panorama, o secretário de Estado disse que será eliminada a
propina, sobretudo para ao Ensino de Português (EPE), a partir do próximo ano
lectivo. “Mas não basta isso. Tem de haver um reajustamento dos horários à
realidade das nossas comunidades. As comunidades mudaram, mas os horários na
maior parte dos casos estão intocáveis há décadas”, disse. E anunciou que já
deu instruções aos coordenadores para começarem a “trabalhar com os professores
e as comunidades no sentido de fazerem esses ajustamentos”. “Não fico nada
descansado ao olhar para o Reino Unido e ver que temos os horários todos à
volta de Londres e o resto do Reino Unido praticamente nada tem”, disse. E
prosseguiu: “Não posso aceitar que países como a Dinamarca, Noruega, Suécia,
Emirados, onde temos novas vagas de emigração, não tenhamos uma única oferta de
ensino do português”.
José
Cesário reconheceu que existem “problemas sociais tremendos” a afectar os
portugueses e lusodescendentes em algumas partes do mundo, “sobretudo em países
que vivem situações de crise”, como a África do Sul, Argentina, Venezuela,
algumas áreas do Brasil e também Angola e Moçambique. “Vamos ter de dar passos
muito significativos no sentido de superar estas dificuldades e problemas”,
afirmou, sublinhando a importância do envolvimento das associações para se
chegar às pessoas afetadas. E anunciou: “Em breve vamos lançar um novo
programa, que está a ser acertado com a Segurança Social que espero venha a
conseguir completar o ASIC [Apoio Social a Idosos Carenciados das Comunidades
Portuguesas] e o ASEC [Apoio Social a Emigrantes Carenciados das Comunidades Portuguesas],
já tradicionais, e que em alguns aspetos estão demasiado burocratizados e
espero que seja um programa mais simples e que permita apoiar os mais frágeis”.
In “Ponto Final” - Macau
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