Lisboa
– O poeta cabo-verdiano residente em Portugal José Luiz Tavares apresentou na
Cidade da Praia a tradução para a língua cabo-verdiana da Declaração Universal
dos Direitos Linguísticos – “Diklarason Universal di Direitos Linguístiku”.
À
Inforpress, em Lisboa, o poeta explicou que a tradução da Declaração Universal
dos Direitos Linguísticos é um documento de trabalho da Organização das Nações
Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) que diz aos povos dominados
linguisticamente e às línguas imperiais que, do ponto de vista humano, todas as
línguas naturais têm o mesmo valor.
“É
um empreendimento que achei necessário, na medida em que muitas cabeças,
sobretudo as dos nossos governantes, têm de acordar para a situação de
denegação de um direito humano basilar que é o de qualquer pessoa poder
aprender, formalmente, a sua língua e expressar-se através dela em todas as
circunstâncias”, afirmou.
De
acordo com José Luiz Tavares, esta edição serviu de base às comemorações do Dia
Internacional da Língua Materna no Centro Cultural de Cabo Verde (CCCV), em
Lisboa, em Fevereiro de 2019, não tendo, contudo, sido apresentado em Cabo
Verde, o que só acontece agora.
“Coincidentemente,
esta apresentação acontece no momento em que vieram a público notícias desse
acto neocolonial da escola portuguesa na Praia, proibindo os estudantes
cabo-verdianos de se expressarem na sua língua materna até nos intervalos e nos
seus momentos de lazer”, frisou.
A
apresentação esteve a cargo do engenheiro António do Espírito Santo Fonseca,
antigo presidente da Assembleia Nacional de Cabo Verde e também ex-Provedor de
Justiça, na Presidência da República.
“Neste
momento tenho em andamento duas traduções de livros meus inéditos, que serão
publicados no próximo ano em formato bilingue (a longo prazo quero traduzir
toda a minha obra escrita originalmente em português para a língua
cabo-verdiana) e assim que estes dois projectos estiverem concluídos avançarei
para a tradução da grande obra, o Livro do Desassossego, do semi-heterónimo de
Fernando Pessoa, Bernardo Soares”, contou.
José
Luiz Tavares desloca-se a Cabo Verde também para participar no X Encontro de
Escritores de Língua Portuguesa, que decorre de 06 a 08 de Outubro, que tem
como tema “Insularidade e universalidade na literatura”.
Durante
esse evento também irá acontecer a estreia nacional da peça “Coração de Lava”,
pelo grupo de dança contemporânea Raiz di Polon, com a coreografia da autoria
de Mano Preto.
A
peça é baseada na obra da autoria de José Luiz Tavares, “Coração de Lava”,
sobre o vulcão do Fogo e a paisagem física e humana de Chã das Caldeiras, livro
que conforme o autor, ficou pronto no dia em que o vulcão entrou em erupção
pela última vez, em Novembro de 2014. In “Inforpress” – Cabo Verde
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