Évora
– Cerca de 60 cabazes com bens alimentares de primeira necessidade e material
escolar e roupa de inverno foram reunidos por um grupo de jovens e entregues a
estudantes cabo-verdianos carenciados da Universidade de Évora.
A
entrega dos cabazes realizou-se na quinta-feira, numa iniciativa promovida por
um grupo informal de jovens, denominado “Perceptions”, sediado em Évora e
inscrito no Registo Nacional do Associativismo Jovem (RNAJ).
“Estamos
sempre muito atentos ao que se passa em Évora, apercebemo-nos de que existiam
jovens que precisavam de ajuda e começámos a fazer a recolha”, disse à agência
Lusa o porta-voz do grupo de jovens, Rafael Matos.
Este
elemento dos “Perceptions” indicou ter começado a seguir com mais atenção a
situação de um grupo de cerca de 60 estudantes cabo-verdianos da Universidade
de Évora depois de ter visto nas redes sociais o apoio dado pela Câmara de
Évora, também com a entrega de cabazes.
“É
uma situação complicada. Quando às pessoas lhe falta comida ou precisam de
ajuda convém ser o mais urgente possível”, sublinhou, notando que em pouco mais
de um mês o grupo de jovens conseguiu juntar alimentos, material escolar e
roupa de inverno.
Rafael
Matos, aluno da Escola Superior de Enfermagem S. João de Deus da Universidade
de Évora, contou que os “Perceptions” começaram por juntar “aquilo que cada um
podia dar” para constituir os cabazes.
“Um
quilo de arroz aqui, um quilo de massa ali e todos conseguimos dar um
bocadinho”, explicou, acrescentando que, depois, também recorreram “às redes
sociais” para pedir donativos e “a pessoas e instituições” que “gostam de
ajudar”.
O
porta-voz do grupo de jovens referiu que para que seja dada “uma ajuda mais
regular” aos estudantes cabo-verdianos, o grupo já os sinalizou junto de
instituições, como Caritas, Banco Alimentar Contra a Fome e Misericórdia.
“São
jovens que vem estudar para Portugal e, mesmo que tenham bolsa, [o valor que
recebem] não cobre metade das despesas que têm e isso leva ao ‘stress’
financeiro”, notou o também estudante de enfermagem.
Rafael
Matos salientou que os estudantes internacionais têm “muitas despesas”,
alegando que o valor da propina “é mais alto” e que os quartos em Évora “são
caros”, havendo rendas de “300 euros e 400 euros, muitas vezes, sem condições”.
A
Câmara de Évora entregou, no início de Janeiro deste ano, 50 cabazes com bens
essenciais a alunos cabo-verdianos que frequentam a universidade local.
Na
altura, o município explicou que a entrega dos cabazes inseriu-se no projecto
“Cabo Verde na UÉ”, criado há três anos por um estudante de doutoramento em
Bioquímica para apoiar os alunos deste país que frequentam o ensino superior na
cidade alentejana. In “Inforpress” – Cabo Verde com “Lusa”
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