A
Total vai instalar em Pemba, capital provincial de Cabo Delgado, a base de
operações ‘offshore’ (operações no mar) do megaprojeto de gás do norte
de Moçambique, disse a empresa em resposta a questões colocadas pela Lusa.
A
petrolífera francesa que lidera o consórcio da Área 1 – Mozambique LNG “irá
desenvolver as suas operações ‘offshore’ em Pemba”.
“A
Technip FMC – a principal contratada ‘offshore’ do projeto – partilhará
as instalações da base logística da Total e do porto dos Caminhos de Ferro de
Moçambique (CFM)”, anunciou.
Além
de Pemba, o projeto Mozambique LNG “está a analisar opções para realizar
algumas operações de apoio ‘offshore’ na região para otimizar parte de
sua cadeia logística e de planificação, incluindo em Mayotte, através da
utilização das infraestruturas existentes”. Mayotte é um arquipélago francês do
oceano Índico situado no norte do canal de Moçambique, a cerca de 500
quilómetros da costa de Cabo Delgado.
O
megaprojeto da Área 1 vai ter operações em mar alto, uma vez que os 18 furos de
onde vai ser extraído o gás natural estão localizados no fundo do oceano, bem
como as válvulas e tubagens pressurizadas que o vão conduzir por cerca de 40
quilómetros até à fábrica de liquefação na península de Afungi.
A
Technip FMC lidera o consórcio do projeto de engenharia, aquisições, produção e
instalação das componentes a instalar no mar.
A
Total reafirmou em declarações à Lusa o compromisso do projeto Mozambique LNG
de “concretização dos seus objetivos de conteúdo local”, nomeadamente o
“ambicioso plano” de adjudicar “2,5 mil milhões de dólares [cerca de dois mil
milhões de euros] em contratos com empresas detidas por moçambicanos ou
registadas em Moçambique”.
Ao
mesmo tempo, a energética francesa referiu que as empresas a contratar também
“têm um papel fundamental neste processo”.
“O
nosso foco é garantir que cumpram com todas as obrigações legais e contratuais
e tomem medidas adequadas para apoiar e desenvolver empresas e força de
trabalho locais”, mantendo o avanço do projeto “de acordo com o cronograma e o
orçamento”, apontou.
Avaliado
em cerca de 20 mil milhões de euros, o megaprojeto de extração de gás da Total
é o maior investimento privado em curso em África, suportado por diversas
instituições financeiras internacionais e prevê a construção de unidades industriais
e uma nova cidade entre Palma e a península de Afungi, em Cabo Delgado.
A
primeira exportação de gás liquefeito está prevista para 2024.
A
Total mantém a data apesar dos problemas de insegurança na região e que levaram
a empresa a reduzir o pessoal no recinto de construção do empreendimento, numa
desmobilização em curso desde há um mês.
No
final de dezembro, rebeldes que há três anos aterrorizam a província de Cabo
Delgado atacaram locais a cinco quilómetros do projeto. Algumas das incursões
de insurgentes passaram a ser reivindicadas pelo grupo ‘jihadista’ Estado
Islâmico desde 2019. In “LusoJornal” - França
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