Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

México - Reivindicadas peças pré-colombianas que vão a leilão em França

O México mantém a sua luta para recuperar o património pré-colombiano exibido em acervos europeus, mas até agora obteve poucos resultados. Após tentar reaver o cocar de Montezuma, na posse de um museu austríaco, o país agora reivindica 33 objectos que a firma Christie’s leiloará no próximo dia 9 em Paris


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O Instituto Nacional de Antropologia e História (INAH) solicitou ao Ministério Público mexicano que tome medidas legais contra a venda das peças e à Secretaria de Relações Exteriores (SRE) que empreenda acções diplomáticas para recuperar os objectos. “Determinou-se que o catálogo do leilão inclui peças que correspondem a culturas originárias do México, razão pela qual fazem parte do património da nação”, disse o Instituto em comunicado.

As peças correspondem a uma série de colecções exibidas no último século em países da Europa. Há esculturas, vasilhas, máscaras, pratos e estatuetas das culturas asteca, maia, tolteca, totonaca, teotihuacana e mixteca, provenientes de diversos Estados mexicanos. A maioria foi esculpida em pedra ou feita de barro.

A Christie’s denominou o leilão de Quetzalcóatl, Serpente Emplumada, oferecendo suas peças por valores iniciais que variam de 4000 a 900 mil euros. A Christie’s garantiu a autenticidade dos lotes divulgando os arquivos aos quais pertenciam as peças do catálogo.

No leilão, destacam-se dois objectos com o maior lance inicial. Por um lado, está uma máscara de pedra teotihuacana de 15 centímetros, do período clássico (450-650 d.C.), que foi chamada de Quetzalcóatl e cujo lance inicial deve se situar entre 350 mil e 550 mil euros.

A Christie’s informa que a máscara pertenceu a Pierre Matisse, filho mais novo do pintor francês Henri Matisse, e foi exibida em duas ocasiões: em 2012, no Museu Quai Branly-Jacques Chirac, em Paris, e em 2018, no Palazzo Loredan, em Veneza.

Não se sabe como a peça chegou à Europa. “Chamam-na Quetzalcóalt provavelmente porque acreditam que assim se venderá melhor. Esta venda é pouco ética, ilegal e muito sórdida”, escreveu no Twitter o arqueólogo Michael E. Smith, da Universidade Estadual do Arizona (EUA).

Também há uma escultura de pedra de Cihuatéotl, a deusa das mulheres que morrem no parto, achada no sítio arqueológico de Zapotal, em Veracruz (sul do México). A estatueta de 87 centímetros pertenceu à cultura totonaca no período clássico (600-1000 d.C.). A casa de leilões pede como preço inicial da disputa entre 600 mil e 900 mil euros.

A peça foi encontrada com outros 13 exemplares num altar votivo. A Christie’s diz que foi exibida ao público em duas ocasiões, em 1976 e 1982, em Bruxelas.

Há alguns anos, o México iniciou uma cruzada para recuperar o património histórico que se encontra em acervos privados no mundo. A França constantemente tem-se negado a devolver as peças ao Governo mexicano, e a secretária de Cultura do país latino-americano, Alejandra Frausto, argumentou que a legislação francesa é “muito hostil” e impede a recuperação do património mexicano.

Em Setembro de 2019, a diplomacia mexicana procurou deter a venda de 95 objectos pré-hispânicos leiloados pela casa francesa Millon. A Secretaria, através da Embaixada em Paris, reivindicou as peças, sem sucesso. Um mês mais tarde, a casa Sotheby’s ofereceu 44 peças pré-hispânicas que também foram reclamadas pelo Governo mexicano.

A legislação mexicana estabelece que os achados de objectos das culturas antigas em território mexicano pertencem à nação, mas, uma vez que saem do país de forma ilegal, as autoridades perdem o seu rasto.

Contudo, nem todos os casos terminaram sem solução – uma excepção foi o baixo-relevo de Xoc, achado em Paris em 2015, num leilão da firma Binoche et Giquello, e que foi devolvido ao México dois anos mais tarde. In “Jornal Tribuna de Macau” – Macau com “Agências Internacionais”


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