A Polícia Nacional deteve hoje um grupo de jovens que
pretendiam protestar contra a violência e a pobreza em Cabinda, junto à
Embaixada de Portugal, em Luanda, no dia em que passam 136 anos da assinatura
do Tratado de Simbulambuco, considerado pelos separatistas como um tratado de
Direito Internacional que lhes garante o direito de reivindicar a sua soberania
do povo do enclave
Os
sete manifestantes, na sua maioria promotores da manifestação, foram detidos de
manhã e posteriormente libertados na zona do Quilómetro 30, no município de
Viana.
Este
protesto tinha como lema "Cabinda não pode continuar a ser uma simples
mina de ouro", visava exigir a Portugal que leve a cabo uma série de debates
sobre o caso da província angolana nas reuniões das Nações Unidas e da União
Europeia, para que se encontre uma solução definitiva para o futuro do enclave.
Ao
mesmo tempo, os activistas exigem a libertação "incondicional e imediata,
de todos os presos políticos em Cabinda", encarcerados há mais de sete
meses.
Makoso
Sita, um dos promotores da manifestação, considera crítico o estado social e
político em Cabinda e diz que o problema de Cabinda precisa da intervenção de
todos os angolanos.
"Essa
detenção mostra que os vícios do regime eduardista não terminaram e penso que o
regime se incomoda com temas sobre protestos em Cabinda e Lundas. É melhor que
se acostume porque os protestos não param por aqui", disse o activista em
declarações ao Novo Jornal.
Comunicado da FLEC
Num
comunicado tornado público hoje, 01, no âmbito dos 136 anos do Tratado de
Simbulambuco, a Frente de Libertação do Estado de Cabinda e as Forças Armadas
de Cabinda (FLEC/FAC) apelam às organizações políticas, à sociedade civil, às
igrejas e autoridades tradicionais cabindesas a cerrarem fileiras "pela
luta pela autodeterminação e independência de Cabinda".
Segundo
o grupo separatista, a província de Cabinda, que considera ser "a generosa
sucursal do MPLA/Angola", tornou-se o "espaço onde a megalomania, a
pilhagem e a corrupção do regime fazem morada, declinando todas as nossas
petições, conducentes ao diálogo para o fim do conflito que perdura há 46 anos".
Sem comentários:
Enviar um comentário