Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

Honduras - Herança Maia está sob ameaça

A deterioração natural das estruturas antigas e a pressão demográfica constituem crescentes factores de risco para o Parque Arqueológico de Copán, legado da civilização maia que integra a lista do Património Mundial da UNESCO desde 1980



A escadaria dos hieróglifos é a estrela do Parque Arqueológico de Copán, um sítio do Património Mundial deixado pelos maias no oeste de Honduras, que sobrevive ao desafio da degradação das estruturas antigas. Com 63 degraus e uma altura de 12 metros, a massa de 1100 blocos monolíticos ergue-se neste parque embutido numa floresta localizada a cerca de 300 km ao noroeste da capital hondurenha, Tegucigalpa.

O valor universal da escadaria, que levou a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) a declará-la Património Mundial em Setembro de 1980, assenta na “combinação excepcional de arquitectura, escultura e escritura”, destacou o arqueólogo francês René Viel, durante uma visita com a AFP pela floresta.

A civilização maia, que viveu numa área de 324.000 km2 no que hoje é o sul do México, Guatemala, Belize, El Salvador e Honduras, tinha um centro político, civil e religioso no Vale do Copán.

Em Copán, “há outros monumentos: o campo de bola; nos túneis estão as tumbas reais e o templo de Rosalila”, mas “a escadaria hieroglífica é o monumento mais emblemático”, frisou René Viel.

No chamado grupo principal, ou área urbana, o parque abrange cerca de 1000 edifícios, entre os quais se destaca a acrópole, com duas pequenas praças rodeadas de templos e monumentos.

Os investigadores chegaram à conclusão de que, em Copán, existia uma sociedade teocrática avançada, com conhecimentos de matemática, astrologia, arquitectura, escultura e escritura, e com um sistema político de uma dinastia de 16 reis “divinos”.

Este esplêndido legado milenar tem sobrevivido no meio da deterioração natural das estruturas antigas e sob pressão do crescimento demográfico nos arredores, principalmente nas últimas duas décadas. Por isso, René Viel alerta que está na hora de “começar a planear uma estratégia de protecção” do local.

“A pressão demográfica é grande” na zona tampão do Parque Arqueológico de Copán, concorda o seu director, Eliud Guerra. A declaração de Património Mundial representa “uma grande responsabilidade” para preservar o local e evitar a perda da classificação atribuída pela UNESCO, reconheceu Guerra.

A principal protecção da escadaria é uma lona que a abriga do sol e da chuva. A pandemia do coronavírus arruinou um projecto que visava melhorar o sistema de protecção.

De acordo com Eliud Guerra, foram instalados cerca de 500 sensores para medir a temperatura, humidade, vento e iluminação. Os especialistas admitem que a lona ajudou a proteger a estrutura, mas é preciso melhorá-la. No entanto, terão de esperar dois anos para instalar a nova lona, com 16 velas transparentes que darão uma melhor protecção e apresentação, explicou. In “Jornal Tribuna de Macau” – Macau com “Agências Internacionais”


Sem comentários:

Enviar um comentário