Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

Internacional - Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental da Universidade do Porto quer remover, reciclar e dar um novo uso aos plásticos no oceano

O Projeto MAELSTROM vai implementar tecnologias inovadoras e ambientalmente sustentáveis ​​para remover e reciclar o lixo marinho



O Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental da Universidade do Porto (CIIMAR) é uma das entidades parceiras do projeto MAELSTROM , um consórcio internacional  liderado pelo Instituto de Ciências Marinhas do Conselho Nacional de Pesquisa da Itália (CNR-ISMAR), e que, ao longo dos próximos quatro anos, terá como missão proteger os ecossistemas costeiros removendo, reciclando e devolvendo o lixo marinho à cadeia de mercado.

Financiado no âmbito do Programa Horizonte 2020 da União Europeia, o projeto MAELSTROM, arrancou oficialmente esta quarta-feira e, ao longo dos próximos anos, vai dedicar-se então a encontrar estratégias para reduzir os impactos do lixo marinho nos ecossistemas costeiros, identificando pontos críticos de acumulação de lixo marinho e removendo-o na zona costeira e na coluna de água dos rios antes de chegar ao mar.

Num contexto em que o lixo marinho representa uma importante ameaça à vida aquática e às cadeias alimentares, podendo prejudicar diretamente a espécie humana, os investigadores propõem-se a implementar tecnologias inovadoras e ambientalmente sustentáveis ​​para remover e reciclar o lixo marinho. Estas serão utilizadas para limpar grandes áreas costeiras perto de Veneza, em Itália, e no Porto.

O projeto irá ainda avaliar sustentabilidade das novas tecnologias de remoção numa avaliação ambiental cuidadosa antes e depois da limpeza das zonas em questão.

Tecnologia vs lixo marinho

As tecnologias de remoção a serem implementadas no contexto do projeto MAELSTROM incluem dois sistemas automatizados: barreira de bolhas de ar e uma grande plataforma robótica.

A barreira de bolhas de ar é gerada por um sistema instalado no leito do rio ou instalado em posições estratégicas, por exemplo, em áreas portuárias. A sua utilização tem associadas várias vantagens: se, por um lado, permite a recuperação de resíduos, ao mesmo tempo, contribui para a reoxigenação da água.

Já a grande plataforma robótica removerá automaticamente os resíduos sólidos localizados no fundo do mar e nas camadas inferiores da coluna d’água com alta eficiência.

E o que acontece aos resíduos?

Com a visão de promover uma economia circular, a equipa liderada, no CIIMAR, pela investigadora Isabel Sousa Pinto, não só removerá o lixo marinho, como  também o reciclará, combinando processos e tecnologias inovadoras e abordagens de tratamento físico-químico. Dessa forma, os resíduos transformam-se em novos recursos – precursores químicos, polímeros e materiais – que podem reingressar na cadeia de abastecimento industrial.

As operações de reciclagem também estarão associadas a um protótipo de transformação de resíduos em energia e combustível de segunda geração. Por sua vez, o combustível será utilizado para impulsionar as tecnologias dedicadas à limpeza do fundo do mar dentro do próprio projeto.



O desenho do MAELSTROM baseia-se na Diretiva Quadro da Estratégia Marinha da União Europeia que visa proteger os mares e oceanos, e está em conformidade com o Plano de Ação da Economia Circular.

O projeto também contribuirá para o Objetivo 14 da Agenda das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável: “Conservar e usar de forma sustentável os oceanos, mares e recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável”. Universidade do Porto - Portugal 


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