Lisboa
- A União dos Advogados de Língua Portuguesa (UALP) considerou que o despojo da
Ordem dos Advogados da Guiné-Bissau do edifício-sede é um “grave atentado” e
repudiou “o ataque ao Estado de Direito”.
Numa
nota enviada às redacções, a UALP critica a decisão da Presidência guineense de
ordenar à Ordem para que abandonasse o edifício, situado a escassos metros do
Palácio da República e alegando questões de segurança, e observou que esta
contribui para a “desacreditação do estado de direito”.
“A
UALP repudia o ataque ao Estado de Direito, ao regular funcionamento da Ordem
dos Advogados e à liberdade do exercício da advocacia por parte dos advogados
guineenses”, pedindo às autoridades do país que cumpram “escrupulosamente as
leis”.
O
conselheiro do Presidente da Guiné-Bissau para a área da segurança, general
José Marques, anunciou na semana passada que a Presidência vai assumir a posse
da sede da Ordem dos Advogados para garantir segurança ao chefe de Estado,
Umaro Sissoco Embaló, e aos seus colaboradores directos.
Em
conferência de imprensa, o general explicou a versão da Presidência da
República na sequência da polémica que surgiu no país após a Ordem dos
Advogados ter sido impedida, na segunda-feira passada, de aceder à sua sede,
situada a escassos metros do Palácio Presidencial, em Bissau.
O
bastonário da Ordem dos Advogados da Guiné-Bissau, Basílio Sanca, anunciou, na
segunda-feira, que os portões do edifício-sede tinham sido encerrados com
cadeados colocados por elementos da Presidência da República, um dia após o
prazo do ultimato para que abandonasse o imóvel.
Dois
dias antes, a Ordem dos Advogados tinha decidido, numa assembleia-geral
extraordinária, que não iria acatar o ultimato, com a argumentação de que o
imóvel pertence à organização e que lhe foi dado pelo Estado guineense.
Entretanto,
a Ordem dos Advogados portugueses também manifestou a sua solidariedade para
com a congénere da Guiné-Bissau, apelando à intervenção do Presidente e do
chefe da diplomacia portugueses no que considera “um atentado ao Estado de
Direito”.
A
União dos Advogados de Língua Portuguesa conta com cerca de um milhão e meio de
advogados, representando 20% dos causídicos do mundo. In “Inforpress”
– Cabo Verde
Sem comentários:
Enviar um comentário