O
Banco Mundial aprovou um financiamento adicional de cinco milhões de dólares,
para apoiar Cabo Verde na aquisição de 400 mil vacinas para covid-19, a primeira
ação do género atribuída pela instituição a um país africano.
Em
comunicado, o Banco Mundial explica que o financiamento será feito através da
Associação Internacional de Desenvolvimento (AID), permitindo ao Governo de
Cabo Verde comprar, além das vacinas, também equipamentos de proteção pessoal,
como máscaras e suprimentos médicos, “de modo a garantir uma implementação
eficaz da campanha de vacinação”.
“Esta
é a primeira operação financiada pelo Banco Mundial em África para apoiar o
plano de imunização de um país para covid-19 e auxiliar na compra e
distribuição da vacina em linha com a iniciativa COVAX, de Acesso Global às
Vacinas de covid-19”, sublinha aquela instituição financeira internacional, que
efetua empréstimos a países em desenvolvimento.
Este
projeto permitirá financiar, igualmente, a compra de equipamento e transporte
para uma cadeia de frio das vacinas e a “melhoria da infraestrutura de saúde
para ajudar na reabertura do país ao turismo”, setor que está parado desde
março de 2020 e que garantia antes 25% do Produto Interno Bruto (PIB) do país.
Num
contexto de uma “segunda vaga” da pandemia a provocar “grave impacto nas vidas
e economias” africanas, “fechando escolas e negócios”, o Banco Mundial pretende
reforçar o apoio aos países na compra e de distribuir vacinas, testes e
tratamentos, bem como os “sistemas de vacinação”, explica Ousmane Diagana,
vice-presidente do Banco Mundial para a África Ocidental e Central, citado no
comunicado.
“Cabo
Verde tem imensa experiência com campanhas de vacinação e está bem preparado
para dar início à implementação das vacinas este mês. Esta é uma medida crucial
para ajudar a assegurar o futuro do povo cabo-verdiano, para recuperar empregos
e realavancar a indústria do turismo, particularmente impactada pela pandemia”,
sublinha Ousmane Diagana.
O
Banco Mundial reconhece que a economia cabo-verdiana “tem sido drasticamente
afetada pela crise”, com uma recessão económica equivalente a 11% do PIB em
2020, devido à queda de 70% na procura turística e com a taxa de desemprego a
duplicar, para cerca de 20%, fazendo disparar os níveis de pobreza “no curto
prazo”.
“Após
meses de trabalho rigoroso e de grande colaboração, enche-nos de muita
satisfação a aprovação pelo Banco Mundial desse financiamento adicional para
ajudar Cabo Verde a comprar e distribuir vacinas contra o vírus da covid-19”,
assume o vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças cabo-verdiano, Olavo
Correia, citado igualmente no comunicado.
“Estamos
agora empenhados em assegurar que a população seja prontamente vacinada, de
forma a podermos restabelecer o crescimento econômico de uma maneira mais
resiliente e diversificada”, acrescenta Olavo Correia.
Cabo
Verde conta com uma população estimada de 550000 pessoas e para ajudar a
preparar o Plano Nacional de Vacinação contra a covid-19, recorda a
instituição, foi feita uma “avaliação de aptidão da vacina”, pelo Governo de
Cabo Verde com apoio do Banco Mundial, da Organização Mundial de Saúde (OMS) e
do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).
“A
avaliação demonstrou que as preparações estão bem encaminhadas, o quadro legal
e o processo de identificação da população visada estão instalados, e Cabo
Verde está agora apto a fazer recurso ao Compromisso de Mercado Avançado da
Iniciativa COVAX (CMA-COVAX) como principal mecanismo para a compra de
vacinas”, conclui o comunicado do Banco Mundial.
Na
resposta à pandemia de covid-19 em Cabo Verde, o Banco Mundial refere que já
aprovou financiamentos de cerca de 50 milhões de dólares, no reforço dos
cuidados de saúde, apoios sociais e retoma da atividade econômica. In “Mundo
Lusíada” – Brasil com
“Lusa”
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