O
Governo português disponibilizou hoje 90 mil euros para apoiar as atividades do
Escritório das Nações Unidas contra a Droga e o Crime (UNODC) em Moçambique,
com enfoque para o crime organizado transnacional.
A
contribuição extraordinária de Portugal à UNODC em Moçambique vai, entre
outros, apoiar a implementação do Roteiro de Maputo, uma iniciativa que visa o
combate ao narcotráfico, branqueamento de capitais e criminalidade organizada
transnacional.
“O
facto de Portugal ter alocado a esta iniciativa uma parte consubstancial da
contribuição financeira destinada à UNODC, ilustra o mérito que lhe
reconhecemos e a expectativa com que a encaramos”, declarou a embaixadora de
Portugal em Moçambique, Maria Amélia Paiva.
A
diplomata considerou que o apoio é “mais um sinal” do compromisso do país com o
multilateralismo e “mais uma prova” do seu empenho em reforçar os laços que o
unem a Moçambique.
Para
a UNODC, o apoio português é “oportuno” e chega numa “boa hora” para a sua
consolidação, além de beneficiar as instituições moçambicanas que combatem o
crime organizado.
“O
acordo representa um importante marco para a presença da UNODC em Moçambique,
não apenas pela generosidade, mas também porque o apoio do Governo de Portugal
fornece meios e ferramentas imprescindíveis para o desempenho mais apurado de
nossa missão institucional”, disse o representante da UNODC em Moçambique,
César Guedes.
“Este
apoio vai servir especialmente para o treinamento de autoridades moçambicanas
em áreas de prevenção de crime organizado transnacional, desde o tráfico de
drogas, de pessoas, fauna bravia, além do combate à corrupção, entre outros”,
acrescentou.
Além
do Roteiro de Maputo, o valor disponibilizado vai ser alocado para o escritório
do UNODC e para o Programa Global de Crime Marítimo.
“Estamos
convencidos que o esforço prestado por Portugal irá incrementar a nossa
capacidade de intervenção na prevenção e combate à criminalidade, o que passa
necessariamente pelo fortalecimento das instituições pertinentes”, concluiu
Filimão Suaze, vice-ministro da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos
de Moçambique.
Moçambique
é apontado por várias organizações internacionais como um corredor para o
tráfico internacional de estupefacientes.
De
acordo com a UNODC, as autoridades do Quénia e da Tanzânia, países a norte de
Moçambique, aumentaram a vigilância nos últimos anos, empurrando os traficantes
para sul, em direção à costa moçambicana, “em busca de novas rotas e novos
mercados”.
Ainda
segundo dados divulgados pela ONU, as autoridades moçambicanas identificaram,
em dois anos, cerca de meia centena de vítimas de tráfico de pessoas, a maioria
para trabalhos forçados. In “Mundo Português” - Portugal
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