Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

segunda-feira, 2 de junho de 2025

Guiné-Bissau - Universidade de Macau “convidada” a formar professores

O reitor da Universidade Amílcar Cabral (UAC) disse que a instituição da Guiné-Bissau quer a ajuda da Universidade de Macau (UM) para ter mais professores com mestrado ou doutoramento. A UAC tem a ambição de, até 2030, ter pelo menos 50% dos docentes com mestrado e 30% com doutoramento, disse Herculano Arlindo Mendes.


“Como é que vamos fazer isso se, mesmo na Guiné-Bissau, ainda não temos os programas de mestrado nem de doutoramento?” questionou o reitor. “É através da parceria com os nossos parceiros, que podemos realizar essa ambição”, explicou Arlindo Mendes, à margem do “Fórum dos Think Tanks entre a China e os Países de Língua Portuguesa”, a decorrer até sábado na UM.

“Nós estamos aqui disponíveis para explorar as possibilidades de parcerias que possam surgir”, disse Arlindo Mendes, indicando que já havia negociações em curso com a UM e demonstrando esperança em assinar um acordo de parceria com a instituição de Macau durante o fórum.

Além da formação de professores e da realização conjunta de conferências internacionais e projectos de investigação académica e científica, a universidade da Guiné-Bissau pretende também enviar estudantes para a UM.

“Vamos tentar solicitar o apoio da Universidade de Macau, ou seja, através da cooperação entre a China e a Guiné-Bissau, para que possamos ter um número significativo de bolseiros”, referiu Arlindo Mendes. Isto porque, admitiu o reitor, “do ponto de vista financeiro, o país, a Guiné-Bissau, e a universidade em particular tem muita dificuldade nesse sentido”.

Arlindo Mendes falou no fórum sobre “os processos de modernização da Guiné-Bissau, as perspectivas e os desafios actuais”. “Acreditamos também que vamos aprender com a experiência de outros países que estão aqui presentes”, acrescentou o reitor.

Aprender com políticas industriais da China

Já o reitor da Universidade Joaquim Chissano (UJC) disse que a instituição de Moçambique vai assinar uma parceria com a Universidade de Tecnologia do Sul da China para formar professores em políticas industriais. João Gabriel de Barros indicou que o acordo com o Instituto de Políticas Públicas da universidade chinesa resultou de uma visita ao campus em Cantão.

“É diferente daquilo que nós temos ensinado nos cursos de políticas públicas. São políticas públicas industriais, que visam a industrialização, (…) que visam mesmo o desenvolvimento de uma forma concreta e directa”, explicou o reitor.

João Gabriel de Barros lamentou que nos países africanos, incluindo em Moçambique, as universidades ainda “vão muito atrasadas” em áreas como a inteligência artificial e “outras que são formações de futuro”. “Isto tudo cria uma pressão positiva e necessária. Temos de aprender e adaptar tudo isto aos nossos contextos e não irmos sempre a reboque daquilo que a globalização traz”, defendeu.

Barros explicou que a parceria com o Instituto de Políticas Públicas irá prever o envio de docentes da UJC para receberem formação em políticas industriais. “Teremos que ter lá os nossos professores também a serem formados, porque a visão é totalmente diferente”, sublinhou o reitor, que também veio participar no fórum de grupos de reflexão entre a China e os países de língua portuguesa.

O dirigente disse que a UJC vai assinar outro memorando de entendimento com a UM, que alarga a cooperação já existente na formação de professores e no intercâmbio de docentes e estudantes. In “Jornal Tribuna de Macau” – Macau com “Lusa”


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