A quinta edição da competição “929 Challenge” em Macau vai incluir um prémio para a melhor ‘startup’ dos Países Africanos de Língua Portuguesa (PALOP) e de Timor-Leste, anunciou a organização.
Marco
Duarte Rizzolio, co-fundador da “929 Challenge”, disse à Lusa que o prémio
‘Future Builders’ (Criadores do Futuro) foi criado para encorajar os
participantes dos países lusófonos menos desenvolvidos. “Temos uma língua em
comum, mas o patamar de desenvolvimento económico de cada um dos países é
completamente diferente”, explicou Rizzolio, à margem de uma conferência de
imprensa.
A
última edição da competição para ‘startups’ chinesas e dos países de língua
portuguesa registou um novo máximo, com mais de 1600 participantes em mais de
320 equipas. No entanto, em 2024, a “929 Challenge” não recebeu quaisquer
projectos de Timor-Leste ou de São Tomé e Príncipe.
Com
o novo prémio, Rizzolio disse esperar que na edição deste ano haja ‘startups’
de todos os nove países lusófonos. “O objectivo é isso, incentivar, mas também
é ajudar (…). Se eles conseguem ganhar aquele prémio, já é algo de motivador
para eles, para poderem desenvolver o projecto”, explicou.
A
‘startup’ portuguesa Iplexmed, que desenvolve dispositivos de diagnóstico
genético rápido, venceu a edição do ano passado, enquanto a também portuguesa
NS2, que fornece soluções inteligentes para monitorizar a qualidade da água
para uma aquicultura sustentável, ficou em terceiro.
A
única vez que uma equipa dos PALOP e de Timor-Leste chegou aos finalistas foi
logo na primeira edição, lançada em 2021, em plena pandemia de covid-19, então
apenas direccionada a estudantes universitários. Um projecto da Universidade
Lusófona da Guiné-Bissau para instalar painéis solares na região de Gabu, no
leste do país, ficou em segundo lugar.
“No
final, quem ganha muitas vezes são equipas que têm já produtos maduros,
serviços maduros”, explicou Rizzolio.
As
inscrições estão abertas até 30 de Setembro, tanto para empresas como para
equipas de alunos universitários.
Rizzolio,
também professor da Universidade Cidade de Macau, recordou que a competição tem
novos parceiros, incluindo a Startup Porto, a Cabo Verde Digital e a
Universidade Eduardo Mondlane, em Moçambique.
Os
melhores 16 planos – oito de empresas e oito de universitários – terão 10
minutos para convencer o júri da “929 Challenge” e potenciais investidores na
final, em Novembro.
O
outro co-fundador da competição, José Alves, sublinhou que a competição “ainda
não é um sucesso” porque até agora não conseguiu atrair projectos para abrir
portas em Macau.
“Precisamos
de identificar as melhores ‘startups’, investir nelas e trazê-las para o
mercado da China continental, ou levá-las da China para os países lusófonos”,
explicou o docente.
O
concurso é co-organizado pelo Fórum para a Cooperação Económica e Comercial
entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Macau) e por várias
instituições da RAEM, incluindo todas as universidades.
O
secretário-geral adjunto do Fórum de Macau, Danilo Afonso Henriques, reiterou
na conferência de imprensa que “estabelecer ‘startups’ em Macau requer apoio
continuado”. “Sem esforços colectivos e sustentados, esta visão corre o risco
de permanecer por realizar, tornando redundante os esforços e trabalho árduo de
tantos”, alertou o timorense. In “Jornal Tribuna de Macau” – Macau com “Lusa”
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