Universidades de Lisboa e Macau vão oferecer curso de Medicina em co-tutela, com reconhecimento mútuo e aposta na investigação científica
A
Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (ULisboa) está a colaborar com
a Universidade de Macau (UM) para criar um currículo com uma estrutura “próxima
daquela que é a estrutura” dos cursos na instituição portuguesa, disse à Lusa
um dirigente da ULisboa.
Luís
Graça explicou que os cursos vão funcionar em co-tutela, permitindo aos médicos
formados na UM obterem “uma equivalência e um reconhecimento” pela Faculdade de
Medicina da ULisboa.
Entre
as vantagens estará “permitir assim que os médicos formados aí no território
[Macau] possam também exercer medicina em Portugal”, sublinhou o investigador.
Em
dezembro, o vice-reitor da UM, Rui Martins, disse que a ULisboa vai ajudar a
criar a primeira faculdade de medicina pública de Macau, no novo campus da
instituição, em Hengqin.
A
Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau, uma instituição privada, tem
desde 2008 uma Faculdade de Ciências da Saúde, oficialmente rebatizada como
Faculdade de Medicina em 2019.
Numa
entrevista ao canal em língua portuguesa da televisão pública local TDM,
Martins disse que Medicina será uma das quatro novas faculdades a nascer no
novo campus da UM em Hengqin.
“Teremos
uma Faculdade de Ciências da Informação, uma Faculdade de Engenharia, com novos
tipos de engenharia, e também uma Faculdade de Design e que deverá incluir
arquitetura”, referiu o académico português.
“A
ideia nesse campus é termos ‘dual degrees’ [cursos em co-tutela] com
universidades estrangeiras. A medicina já está com Lisboa e agora estamos a
definir para as outras faculdades”, acrescentou Martins.
O
novo campus em Hengqin, cuja primeira pedra foi lançada em 09 de dezembro,
deverá ser inaugurado em 2028 e permitir à UM passar dos atuais 15 mil para um
máximo de 25 mil alunos, sublinhou o vice-reitor para Assuntos Globais.
Luís
Graça, especialista em imunologia de transplantes, demonstrou também entusiasmo
com potenciais colaborações entre as duas universidades na área da investigação
científica.
“Se
nós pensarmos em termos de ciência, o reforço do potencial científico de ambas
as instituições com uma colaboração próxima entre si é algo que claramente vai
beneficiar ambos os lados dessa parceria”, disse o dirigente.
Graça
disse que a Faculdade de Medicina da ULisboa está a organizar o primeiro
simpósio para reunir os investigadores da instituição e da UM, com vista a
promover projetos conjuntos de investigação.
A
faculdade tem tido “colaborações pontuais de investigadores com investigadores
de outras universidades chinesas”, uma vez que “é importante uma proximidade
com locais onde se faz ciência de excelência e ensino de excelência”, disse o
diretor.
Mas
Graça disse que a colaboração com a UM é “mais institucional (…) e pode
permitir um reforço ainda maior dessas parcerias”. In “Plataforma”
– Macau com “Lusa”
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