O autor Vítor Carmona regressou a Macau para a apresentação do segundo volume da saga “A Guerra dos Pirenéus”, focada num tema frequentemente descurado pelos historiadores: a participação portuguesa na Campanha do Rossilhão, em conjunto com as forças espanholas, na França do século XVIII. É ancorado neste contexto histórico que surge “Demónios Portugueses – Catalunha 1794”, romance que combina elementos factuais e ficcionais para criar uma história sobre paixão, vingança e a tenacidade dos portugueses
A
Fundação Rui Cunha recebeu a apresentação do livro “Demónios Portugueses –
Catalunha 1794”, que teve a presença do autor Vítor Carmona. Este é o segundo
volume da saga “A Guerra dos Pirenéus”, que sucede assim ao romance histórico
“A Campanha – Rossilhão 1793”. A sessão teve entrada livre e foi realizada em
língua portuguesa.
Diz
a Fundação Rui Cunha, em comunicado, que a trilogia incide sobre “o tema
inédito da ficção nacional, pouco estudado pelos historiadores, da participação
dos portugueses nas campanhas militares europeias da França revolucionária de
finais do século XVIII”. A terceira (e última) contribuição para a história
ainda não tem nome ou data de lançamento.
Se
o primeiro livro abordava a participação de soldados portugueses e espanhóis na
Campanha do Rossilhão, conflito em que os países ibéricos se uniram ao Reino
Unido na oposição à França, a segunda obra aprofunda a exploração das fracturas
internas no alto comando português e do Inverno desolador nos Pirenéus
Orientais.
A
sinopse começa por referir que os portugueses do Exército Auxiliar à Coroa
Espanhola têm “por companhia a fome, o frio e a doença”, não podendo sequer
recorrer aos hospitais “sobrelotados com centenas de soldados doentes e
malnutridos”. Entre as condições deploráveis e as tensões crescentes no seio
dos regimentos, “as ordens são para aguentar, a todo o custo, a frágil e
permeável linha de defesa, no flanco esquerdo do exército aliado, contra as
incursões constantes dos temíveis ‘miquelets’, as tropas irregulares
francesas”.
O
enredo esbate as linhas entre ficção e realidade, amparando-se em factos
históricos para, à margem do campo de batalha, montar uma trama de rivalidades,
paixão e vingança entre personagens bem delineadas e multidimensionais, como os
capitães Diogo Saraiva e António de Monte Cruz ou a baronesa Isabel Borges.
Enquanto os protagonistas superam as suas próprias guerras pessoais, “os
franceses procuram aniquilar o exército luso-espanhol”, em que “apenas os
demónios portugueses (como lhes chamam os franceses) parecem ter a coragem e a
determinação para os enfrentar”.
Vítor
Carmona nasceu em 1973, em Lisboa, onde se licenciou em Relações
Internacionais. A sua paixão por História – especificamente, pelo período que
vai da Revolução Francesa à epopeia napoleónica – motivou-o a fundar a
Sociedade Napoleónica Portuguesa há dez anos, um espaço de divulgação e
discussão da carreia militar e das batalhas travadas por Napoleão Bonaparte,
uma das personagens mais relevantes da história mundial.
“Demónios
Portugueses – Catalunha 1794” foi lançado em Outubro de 2024 pela editora Saída
de Emergência, no mesmo ano em que o autor apresentou o primeiro volume da saga
– originalmente publicado em 2023 – na Galeria da Fundação Rui Cunha. Carolina
Baltazar – Macau in “Ponto Final”
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