Nesta quinta-feira, a partir das 18 horas, o Centro Cultural Moçambique-China, na Cidade de Maputo, vai receber a sessão de lançamento do novo romance de Mia Couto, intitulado “A cegueira do rio”.
No
seu novo livro, Mia Couto escolhe uma aldeia no Norte de Moçambique como palco
de um acontecimento que marca o início da Primeira Guerra Mundial no continente
africano. O inesperado incidente militar abre espaço para uma série de
misteriosos eventos que culminam com o desaparecimento da escrita no mundo.
Livros, relatórios, documentos, fotografias, mapas surgem deslavados e ninguém
mais parece ser capaz de dominar a arte da escrita. Os habitantes dessa aldeia
são chamados a restabelecer a ordem no mundo, ensinando aos europeus o ofício
da escrita e as artes da navegação.
De
acordo com a nota de imprensa da Fundação Fernando Leite Couto, que edita o
livro, “A cegueira do rio” será apresentado pelo escritor Daniel da Costa, num
evento que terá momentos de leitura e performance com Negro, Rita Couto e
Letícia Deozina.
A sinopse
Factos
e personagens deste livro foram inspirados em eventos reais ocorridos numa e na
outra margem do Rio Rovuma, que separa Moçambique da Tanzânia. O primeiro
evento foi a insurreição popular que ficou conhecida como a «Revolta dos
Maji-Maji» em protesto contra a cultura forçada do algodão. Encabeçada por um
líder espiritual chamado Bokero, esta sublevação ocorreu entre 1905 e 1907 e a
resposta das autoridades coloniais alemãs resultou num dos mais graves
massacres da história de África. Pensa-se que entre 200 e 300 mil camponeses
foram assassinados.
O
segundo evento consistiu no assalto alemão ao posto militar português de
Madziwa em agosto de 1914. Um sargento português e 11 sipaios africanos foram
mortos nesse ataque.
No
resto, tudo o que se relata neste livro tornou-se verdadeiro a partir do
momento em que foi escrito. In “O País” - Moçambique
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