Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

quarta-feira, 5 de outubro de 2022

Guiné-Bissau - Atribuição da carteira profissional é única solução para combater o fenómeno “jornalismo político”, diz António Nhaga

Bissau - O Bastonário de Ordem dos Jornalistas da Guiné-Bissau (OJGB) disse que, a única solução para combater o fenómeno “jornalismo político” é começar a classificar a classe jornalística através de atribuição da carteira profissional de jornalismo.

António Nhaga falava numa entrevista à ANG sobre o fenómeno “jornalismo político” que está a ganhar espaço dentro da classe jornalística guineense, no qual lamentou e condenou adesão progressiva e cada vez mais dos profissionais aos partidos políticos, num país onde as pessoas já têm ideia do é jornalismo.

Disse que, como se não basta, o subsídio da cobertura jornalística nos trabalhos do jornalismo constitui o maior problema do fenómenoʺ jornalismo partidário”.

Sublinhou que neste momento nem a Ordem, nem o Sindicados dos Jornalistas e Técnicos da Comunicação Social têm poder de resolver esta questão, a não ser por meio de atribuição da carteira profissional e em caso da violação das condutas deontológicas que lhe seja retirada a carteira.

“Como ainda não há carteira profissional e a nossa profissão é aberta e onde qualquer pessoa no nosso país é jornalista, neste momento a Ordem dos Jornalistas está um pouco fragilizada no sentido em que por mais que falamos ninguém nos dá ouvidos”, explicou

Pediu ao Presidente da República para promulgar a lei de atribuição da carteira profissional e consequentemente a sua publicação no Boletim oficial e entrar em vigor.

O Bastonário acrescentou que, se o referido documento entrar em vigor vai permitir classificar os jornalistas com emissão de carteiras profissionais, adiantou que, esta é a solução imediata, fácil e consistente para resolução do problema.

Para aquele responsável, enquanto não existir a forma de como sancionar jornalistas, não se pode travar essas práticas de ser assessor de imprensa ao mesmo tempo jornalista e militante dos partidos políticos.

António Nhaga salienta que, estas situações não dignifica a classe e que os jornalistas guineenses estão a abrir portas para que a Federação Internacional dos Jornalistas e as pessoas que estão fora do país a ouvir que um jornalista foi espancado não vão acreditar, porque vão dizer que jornalistas na Guiné-Bissau fazem política.

Realçou que, os jornalistas têm de ser independentes e na sociedade democrática como esta que querem na Guiné-Bissau, o jornalista deve ser uma pessoa do bem e fala a verdade.

ʺUm jornalista não pode dizer que é uma pessoa de bem e estar no partido político e nem pode dizer que está a falar a verdade, porque quando entra num partido tem que alinhar com estatuto do mesmo onde não vai pôr nada contra esse partido.” Disse

Nhaga disse que, não há explicação para um jornalista inscrever-se no partido político, sabendo que esta profissão é nobre e não quer misturas, sustentando que o jornalista é como professor na sociedade que deve ter uma conduta exemplar.

Afirmou por outro lado que, o maior perigo deste fenómeno é a desacreditação da classe jornalística de uma vez por todas, onde ninguém mais vai acreditar no jornalismo guineense.

Considerou que, a solução viável e imediata para resolução este problema, para além da emissão da carteira profissional era bom que a Direção dos Órgãos de Comunicação Social tenha capacidade de poder identificar e se for necessário convocar uma reunião para advertir todos os jornalistas de que quem for apanhado com cartão de militância do partido vai ser expulso por justa causa, uma vez que partido e jornalismo são incompatíveis. In “Agência de Notícias da Guiné” – Guiné-Bissau

 

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