Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

segunda-feira, 31 de março de 2025

Portugal – Universidade de Coimbra lança guia prático para tornar renovação energética acessível nas comunidades rurais europeias

Uma equipa de investigadores do Instituto de Sistemas e Robótica (ISR) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) desenvolveu, no âmbito da sua participação no projeto RENOVERTY, Roteiros de Renovação Rural, um guia prático pensado para tornar a renovação energética acessível às comunidades rurais em toda a União Europeia (UE).



Num momento em que a eficiência energética se torna essencial para combater a pobreza energética, estes roteiros pretendem ajudar os proprietários rurais a melhorar as suas habitações (condições de conforto e salubridade do espaço interior), contribuindo simultaneamente para melhorar a sua qualidade de vida e alcançar a descarbonização do parque edificado, seguindo os objetivos climáticos da UE.

Os roteiros, desenvolvidos em colaboração com grupos de ação local (GAL) da Croácia, Eslovénia, Espanha, Estónia, Hungria, Itália, Osona e Portugal, tentam responder aos desafios enfrentados pelas zonas rurais. Este guia prático oferece orientações claras e práticas sobre as opções técnicas, legislativas e financeiras, disponíveis em cada região, numa tentativa de simplificar o processo de renovação das habitações das famílias que enfrentam uma situação de pobreza energética. 

Como explica Paula Fonseca, investigadora do ISR, «estes instrumentos permitem adaptar cada intervenção às necessidades específicas de cada caso, ao orçamento disponível e aos incentivos aplicáveis. Além disso, pretendem ajudar a superar desafios comuns, como a complexidade dos requisitos administrativos, a iliteracia energética, a escassez de informação, as limitações no acesso a financiamento e a falta de profissionais qualificados. Ao oferecerem uma visão clara e orientada para as necessidades, os roteiros tornam o processo de renovação mais acessível, eficiente e bem-sucedido». 

De acordo com os especialistas, o envelhecimento do parque imobiliário europeu representa um desafio urgente, uma vez que 35% dos edifícios têm mais de 50 anos e 75% continuam a ser ineficientes do ponto de vista energético, contribuindo para 40% do consumo de energia da UE e 36% das emissões de CO₂. 

«As zonas rurais enfrentam vulnerabilidades próprias que intensificam a pobreza energética, nomeadamente o envelhecimento das populações, as elevadas taxas de pobreza e o parque imobiliário mais velho e ineficiente. Muitos agregados familiares que vivem nestas zonas dependem de combustíveis fósseis com elevado teor de carbono para aquecimento, como o carvão e o gasóleo, devido às opções energéticas mais limitadas», realçam os investigadores.

Assim, «os roteiros RENOVERTY abordam estes desafios, apresentando medidas passíveis de apoiar as comunidades rurais, contribuindo para a diminuição das desigualdades e ajudando os cidadãos que mais necessitam de apoio. Além de sensibilizar e respeitar o ambiente rural, este projeto pretende contribuir para manter e promover o conhecimento local, a identidade cultural e a preservação da natureza», concluem. 

Neste âmbito, os especialistas estão a promover, até 7 de abril, um concurso que convida  municípios, agências de energia, peritos do setor e outras partes interessadas a unir esforços no combate à pobreza energética rural, aplicando os conhecimentos adquiridos, aproveitando simultaneamente as oportunidades de colaboração e as soluções comprovadas para a renovação rural. Mais informações sobre este concurso aqui. Universidade de Coimbra - Portugal


China pediu a Portugal reciprocidade na isenção de vistos

A China pediu a Portugal para facilitar a entrada dos seus cidadãos, uma vez que há uma isenção de vistos desde Outubro de 2024 para portugueses que se desloquem ao país asiático, disse o embaixador chinês Zhao Bentang

“A China já pediu à Europa, a Portugal, que facilite a entrada a cidadãos chineses. Se os portugueses podem ir muito facilmente à China para fazer negócios, os seus parceiros na China querem vir e não conseguem ou é muito difícil”, afirmou.

Em entrevista à agência Lusa, o diplomata chinês em Portugal referiu que o “Governo chinês espera que o Governo português, governos europeus também facilitem [entradas] aos turistas, comerciantes e empresários chineses no tema de vistos”.

“Sempre falámos com o Governo português. Eu falei muitas vezes. Acredito que durante a visita do ministro [dos Negócios Estrangeiros português, Paulo Rangel] também a parte chinesa falou deste tema”, acrescentou o embaixador, referindo-se à deslocação do chefe da diplomacia portuguesa ao país asiático.

Zhao Bentang recordou que desde outubro de 2024 os portugueses podem viajar para a China sem necessidade de vistos, em determinadas condições, na sequência de uma “política unilateral” e cujo final está previsto para dezembro.

“Mas [a continuidade da isenção] depende da apreciação, da procura. Acredito que quando chegar a altura, se for necessário, a parte chinesa pode considerar algum prolongamento, alguma renovação. Mas ainda não chegou a altura de avaliar”, referiu.

No final de setembro de 2024, a China anunciou o alargamento da política de isenção de vistos a cidadãos portugueses, em estadias até 15 dias, inserindo assim Portugal numa lista que abrangia outros 16 países europeus.

O alargamento, que foi confirmado em comunicado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, surge depois de Pequim ter incluído a Noruega, Eslovénia, Grécia, Dinamarca e Chipre na lista de países cujos cidadãos poderão permanecer no país asiático para turismo, negócios ou trânsito durante 15 dias, isentos de visto. A medida entrou em vigor no dia 15 de outubro de 2024 e vigora até 31 de dezembro de 2025.

Pequim tenta estimular o turismo internacional e o investimento estrangeiro, paralisados pela pandemia de covid-19, durante a qual a China impôs um encerramento quase total das fronteiras.

Em novembro de 2023, o país asiático anunciou que os nacionais de França, Alemanha, Itália, Países Baixos e Espanha beneficiariam de uma isenção de visto unilateral. Em março de 2024, alargou a política para estadias de até 15 dias a mais seis países europeus — Suíça, Irlanda, Hungria, Áustria, Bélgica e Luxemburgo.

Quando se assinala o 20.º aniversário da parceria estratégica global entre Lisboa e Pequim, decorre desde terça-feira a visita do chefe da diplomacia portuguesa à China e que “dá um sinal muito importante” porque se fala das “boas cooperações em todas as áreas”, desde a política à tecnologia, considerou Zhao Bentang. “O retorno de Macau [à China] é um exemplo de como resolver problemas através de negociações pacíficas entre países” e no âmbito do apoio português ao modelo “um país, dois sistemas, apoia Macau a desenvolver-se e a manter-se em estabilidade e a adaptar-se a novas realidades”, além de fomentar a qualidade das relações bilaterais.

Zhao Bentang notou ainda a “importância” da visita de Paulo Rangel por ser a “primeira” de um líder da diplomacia da Europa depois da recente sessão anual da Assembleia Popular Nacional. In “Ponto Final” – Macau com “Lusa”


Portugal - Equipa do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde publica primeiro mapa celular do fígado embrionário

Uma equipa de investigadores do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto (i3S) e do Instituto Pasteur, publicou recentemente o primeiro mapa celular do fígado embrionário, um órgão fundamental para o desenvolvimento das células estaminais do sangue ou hematopoiéticas. Os investigadores esperam que esta nova ferramenta contribua para a descoberta de mecanismos para multiplicar com sucesso células estaminais hematopoiéticas para uso terapêutico.



As células estaminais do sangue foram as primeiras células estaminais a serem isoladas e as primeiras a serem utilizadas com grande sucesso na prática clínica, nomeadamente nos transplantes de medula óssea para tratamento de mais de 80 doenças. Estas células estão presentes em zonas muito específicas da medula óssea do adulto e no sangue do cordão umbilical, mas, em ambos os casos, em número reduzido, o que limita o seu uso. Além disso, sempre que se tenta expandir o seu número fora do organismo (dividirem-se ex vivo) estas células começam a sofrer algum tipo de diferenciação, perdendo todo o potencial terapêutico inicial, ou seja, gerar de forma continuada qualquer outro tipo de célula.

É, por isso, urgente encontrar formas de multiplicar estas células em laboratório para que possam depois ser transplantadas com sucesso e em número. E isto depende de compreendermos quais os sinais e quais os controlos que as células vizinhas e o ambiente onde residem essas células exercem sobre elas ao ponto de as manterem neste estado.

As equipas de Perpétua Pinto-do-Ó, no i3S, e de Ana Cumano, no Instituto Pasteur, optaram por um caminho alternativo e decidiram estudar o fígado embrionário, local onde as células estaminais do sangue se desenvolvem antes de transitarem para a medula óssea, e conseguiu, pela primeira vez, mapear com detalhe a sua localização neste órgão do embrião.

“Se ao fim de tantos anos a medula óssea do adulto não nos tem dado uma resposta para a proliferação das células estaminais hematopoiéticas, talvez a solução esteja no fígado do embrião», adianta a primeira autora do trabalho, Márcia Mesquita Peixoto. Foi assim que “começámos a estudar em detalhe o microambiente em que estas células adquirem competências para reconstituir o sangue e o sistema imune do adulto e conseguimos não só mapear as populações conhecidas como também identificar novas populações das células do fígado embrionário e a sua localização relativa no tecido», acrescenta.

Estes resultados, explicam as investigadoras, representam “uma contribuição única para a compreensão do microambiente celular em que as primeiras células estaminais do sangue terminam a sua formação e aumentam o número em que irão estar disponíveis na medula óssea durante a vida adulta”.

A forma como o fígado embrionário se organiza, adiantam Perpétua Pinto-do-Ó e Ana Cumano, “é muito diferente da medula óssea. Por isso, talvez a chave para perceber o que controla a capacidade de divisão e o potencial regenerativo destas células poderá ser mais facilmente acedido se percebermos o que se passa no microambiente do fígado embrionário; talvez se encontre aqui a resposta que nunca foi encontrada na medula óssea. O primeiro passo, que foi a construção deste minucioso atlas celular, já está dado”.

Este trabalho, que resulta de mais de dez anos de investigação das duas equipas, foi capa da edição de fevereiro da prestigiada revista Journal of Experimental Medicine. Universidade do Porto - Portugal


Namíbia - Ministros passam a ser avaliados pelo desempenho

Novo governo com maioria de mulheres em lugares-chave, a começar pela pasta das finanças



Ericah Shafudah vai liderar as Finanças, ministério onde trabalhou 21 anos antes de se juntar ao Programa Alimentar Mundial, o que sinaliza a aposta na segurança alimentar. A indústria do petróleo e gás, emergente no país, fica sob responsabilidade directa da segunda mulher eleita Presidente em África, Netumbo Nandi-Ndaitwah.

Os ministros do novo governo da Namíbia vão passar a ser medidos pelo seu desempenho, alertou a recém-empossada Presidente do país, Netumbo Nandi-Ndaitwah, na primeira reunião do Executivo, constituído maioritariamente por mulheres e composto por ministros escolhidos "pela sua capacidade e vontade de trabalhar". No oitavo governo da República não haverá lugar para "business as usual", expressão que significa "fazer negócios como sempre", nem serão aceites atrasos na implementação dos projectos, avisou a Chefe de Estado, que tomou posse a 21 de Março.

"Ao integrar o gabinete e o executivo, todos vocês concordaram em fazer parte de um processo que envolve excelência, trabalho em equipa e tomada de decisões coletivas", declarou Nandi-Ndaitwah, de 72 anos, que prometeu aumentar os investimentos no sector agrícola e diversificar a economia focada nos recursos, numa tentativa de lidar com as elevadas taxas de desemprego, que afectam sobretudo os jovens.

A segunda mulher eleita Presidente em África, depois de Ellen Johnson-Sirleaf, na Libéria, e a primeira na África Austral exigiu uma "conduta ética e irrepreensível" aos ministros, deixando claro que o desempenho de cada um "será avaliado regularmente, a partir dos primeiros três meses", com base em indicadores de desempenho. "Haverá um painel onde irei monitorizar o progresso de cada projeto em implementação", esclareceu a diploma de carreira, que em 2017 assumiu a vice-presidência da SWAPO, partido que governa o país desde a independência, salientando que os namibianos "precisam de ter acesso a melhores serviços nos sectores social e económico".

Além de oportunidades de emprego, Nandi-Ndaitwah elencou como prioridades a habitação, educação e saúde, sem descurar a assistência às pequenas e médias empresas "para se tornarem competitivas" e fazerem crescer a economia.

O sector agrícola "deve ser reforçado para garantir a produção de alimentos" e assegurar a "segurança alimentar" e o sector mineiro "deve ser transformado para servir de catalisador para o processamento dos recursos naturais" e a criação de emprego. "A nossa economia deve ser devidamente planeada para servir melhor o povo", sublinhou a Presidente, que formou um governo reduzido, maioritariamente feminino, mas liderado por um homem, o primeiro-ministro Elijah Ngurare. Treze mulheres compõem o Executivo de 21 membros, com muitas delas a ocuparem lugares-chave, além da Presidente e da vice-presidente, Lucia Witbooi.

Ericah Shafudah vai liderar as Finanças, um ministério onde trabalhou durante 21 anos antes de se juntar ao Programa Alimentar Mundial, como vice-directora nacional, que assume também a gestão dos Subsídios Locais. E Selma Ashipala-Musavyi é a nova ministra das Relações Internacionais e Comércio. Entre as ministras, contam-se ainda Lucia Iipumbu, na chefia do Ministério do Interior, Imigração, Segurança e Protecção; Emma Theofelus, nas Tecnologias da Informação e Comunicação; Esperance Luvindao, na Saúde e Serviços Sociais; Emma Kantema, na Igualdade de Género e Bem-Estar Infantil.

Eliminar duplicações e reduzir a despesa pública

Para as Minas e Energia, Netumbo Nandi-Ndaitwah escolheu um homem, Natangwe Ithete, que assumirá também o cargo de vice-primeiro ministro e que terá a coadjuvá-lo, como vice-ministra da Industrialização, Minas e Energia, Gaudentia Kröhne. A gestão da indústria do petróleo e gás, emergentes no país, ficará sob a responsabilidade directa da presidência, que reduziu o executivo para 14 ministros e sete vices, ao fundir gabinetes e transferir pastas, com o objectivo de "eliminar duplicações, reduzir a despesa pública e melhorar a implementação dos programas nacionais de desenvolvimento".

O comércio passou para o Ministério das Relações Internacionais, os subsídios sociais ficam sob a responsabilidade do Ministério das Finanças para melhorar a entrega eficaz dos subsídios sociais aos beneficiários, eliminando estrangulamentos na sua distribuição nas 14 regiões do país". A pesca e os recursos marinhos foram transferidos para o Ministério da Agricultura, Água e Reforma Agrária para melhorar a gestão e o desenvolvimento sustentável das pescas e recursos aquáticos. A industrialização migrou para o Ministério das Minas e Energia, para garantir a implementação eficaz do impulso de industrialização nacional e diversificação económica, através de iniciativas de agregação de valor. Isabel Bordalo – Angola in “Expansão”


domingo, 30 de março de 2025

Cabo Verde - Livro "De Valor" de Manuelisa Cardoso chega ao público no Dia Internacional do Livro Infantil

Cidade da Praia - A psicóloga Manuelisa Cardoso vai, no dia 02 de Abril, data em que se celebra o Dia Internacional do Livro Infantil, lançar na Praia, o seu primeiro livro, “De Valor”, que visa transmitir valores essenciais às crianças.



Manuelisa Cardoso revelou à Inforpress, que a inspiração para escrever "De Valor" surgiu de uma grande amiga, para cujo filho costumava contar histórias.

Com o tempo, essas histórias tornaram-se memórias marcantes para a criança, que as guardou na mente mesmo após mudar-se para a Inglaterra.

"Um dia, a minha amiga ligou-me e disse que as minhas histórias deveriam ser partilhadas com outras crianças, pois o filho nunca se esqueceu delas", contou a autora.

Motivada por esse incentivo, Manuelisa Cardoso decidiu materializar as suas narrativas em livro.

A obra aborda temas fundamentais para o desenvolvimento infantil, como igualdade de género, bullying, trabalho infantil, separação de pais, o papel dos avós e dos professores na educação, além da meditação infantil.

"A minha intenção é passar valores que possam deixar marcas positivas e ajudar as crianças a crescerem com saúde mental. Acreditar que podemos dar desfechos positivos aos desafios da infância é essencial para nos tornarmos adultos saudáveis", explicou a escritora.

"Espero que este livro toque o coração das crianças, crie memórias afectivas e fortaleça os laços entre pais e filhos", destacou Manuelisa Cardoso.

A autora já planeia novos projectos literários e revelou que a sua próxima obra não será infantil, mas sim voltada para mulheres.

"Ainda não terminei, mas certamente, após este lançamento, irei finalizá-lo", adiantou.

"De Valor" estará disponível para venda no evento de lançamento, na cidade da Praia, proporcionando ao público a oportunidade de conhecer de perto a autora e a mensagem inspiradora que pretende transmitir através da sua escrita. In “Inforpress” – Cabo Verde


França - Embaixador de Portugal diz que o país tem de decidir o que quer fazer do ensino de português no estrangeiro

Na primeira entrevista que deu ao LusoJornal, quando assumiu as funções de Embaixador de Portugal em França, José Augusto Duarte disse que uma das suas prioridades era a questão do ensino da língua portuguesa neste país. Mais tarde, numa outra entrevista dizia que o Senegal tem mais alunos a aprender português do que a França. Agora, no fim da sua missão em território francês e antes de assumir funções de Embaixador de Portugal em Madrid, considera que, nesta questão do ensino de português “ainda não estamos lá”.

Na última entrevista que deu ao LusoJornal, foi confrontado com o facto desta questão não constar do Tratado bilateral recentemente assinado entre a França e Portugal, aquando da visita de Estado do Presidente Emmanuel Macron, mas garante que foi assinado um Acordo bilateral em matéria de ensino. “Não está no Tratado, mas concluímos também um acordo para o ensino da língua portuguesa em França e da língua francesa em Portugal que é uma revisão do Acordo bilateral de 1970. Faz parte dos 8 acordos que foram assinados por ocasião da visita do Presidente da República de França a Portugal, na cidade do Porto. É um dos 8 instrumentos legais assinados, só que… ainda não estamos no patamar desejável” confessou José Augusto Duarte.

Já noutras alturas, José Augusto Duarte tinha deixado entender que não estava satisfeito com este ponto da relação bilateral entre os dois países.

Portugal continua “preso” a um Acordo que foi assinado com a França ainda antes do 25 de Abril e que, apesar de ter sido revisto várias vezes, não tem permitido um avanço substancial nesta matéria. “Na minha opinião ainda não estamos lá. Este é o acordo possível neste momento, mas na minha opinião não é uma plena reciprocidade de tratamento, ou seja, Portugal continua a fazer um investimento de mais de 20 milhões de euros para o ensino da língua francesa em Portugal, no ensino público, e gasta mais de 6 milhões de euros aqui em França para a divulgação do ensino da língua portuguesa, com um estatuto complicado, porque nem sempre é integrado plenamente dentro do ensino oficial. Em grande parte, são aulas complementares àquilo que é o currículo normal de cada aluno” confirma o Embaixador de Portugal.

“Hoje em dia, a língua portuguesa não pode ser reduzida apenas à Comunidade portuguesa. Na minha opinião, a língua portuguesa é uma língua internacional, de trabalho, é uma das línguas que mais cresce no mundo inteiro, em termos de falantes e era bom termos mais alunos de português em França, sejam eles de origem portuguesa ou não, pouco importa, o que interessa é que não faz sentido, na minha opinião, com a proximidade afetiva que existe entre Portugal e a França, com a proximidade até de valores que nós temos, haver um estudo tão fraco da língua portuguesa aqui” assume José Augusto Duarte. “Isso também não é um trabalho para que se modifique de um dia para o outro, leva certamente anos, temos que contribuir pouco a pouco para esse objetivo”.

Mas o Diplomata português considera também que “é importante nós termos um debate interno em Portugal sobre o que queremos para a língua portuguesa em França: se é um acordo revisto como o acordo de 1970, que é essencialmente de carácter mais de assistência à Comunidade portuguesa e orientado para a Comunidade portuguesa, ou se queremos abdicar desse conceito e achar que hoje em dia a Comunidade portuguesa está também ela própria integrada dentro da sociedade francesa e então entrar no domínio da bilateralidade completa e da reciprocidade de tratamento”.

José Augusto Duarte considera que em Portugal isso ainda não está claro. “Há um debate, com correntes diferentes. Não tem a ver com partidos políticos. Dentro de cada partido existem correntes diferentes de pensamento sobre aquilo que se quer, que é uma atenção muito particular às Comunidades e ao mesmo tempo, querer também ter sentimento de reciprocidade. É um debate que temos que fazer e temos que consolidar e também estou convencido – estou firmemente convencido – que, quando um dia tivermos um consenso nacional, no nosso país, sobre o que queremos, aí estaremos maduros para combater aqui, para lutar por aquilo que queremos”.

José Augusto Duarte cessa esta semana as funções de Embaixador de Portugal em França. Carlos Pereira – França in “LusoJornal”


O caminho que eu quero








Vamos aprender português, cantando


O caminho que eu quero


Eu te desejo com todos 

os demônios do meu corpo 

quero refinar no sexo, 

mas o meu desejo é louco 

o meu desejo é animal 

com fantasias depressivas


Quero fugir pro deserto

espero o momento certo 

vou logo matar minha fome 

entrando dentro do teu íntimo

e destruir os fragmentos 

dos desejos que me fazem 


Quando então o tédio chegar 

e a tua lábia não me desnortear 

vou seguir vou seguir vou seguir o caminho 

que o homem para se tornar forte 

não pode evitar, é o caminho de ficar sozinho 

com os seus demônios contidos no Altar


Eu quero te amar com a certeza 

que tudo que eu sou lhe satisfará 

dormir e acordar bem tranquilo

sem o que provar 


Enquanto destros e canhotos 

se golpeiam aqui em baixo 

eu já sei que lá em cima 

é um só balai de gato meu

alternativo não desgasta o meu sapato 


Vou destruir dentro de mim 

Esse tal de fanatismo me reconstruir de novo

com um novo objetivo 

pois meu clube não entende 

o motivo por que eu brigo 


Quando então o tédio chegar 

e a tua lábia não me desnortear 

vou seguir vou seguir vou seguir o caminho 

que o homem para se tornar forte 

não pode evitar, é o caminho de ficar sozinho 

com os seus demônios contidos no Altar


Eu quero te amar com a certeza 

que tudo que eu sou lhe satisfará 

dormir e acordar bem tranquilo

sem o que provar vou seguir o caminho 

que o homem para se torna forte 

não pode evitar, é o caminho de ficar sozinho 

com os seus demônios contidos no Altar

 

Eu quero te amar com a certeza 

que tudo que eu sou lhe satisfará 

dormir e acordar bem tranquilo

sem o que provar


Tony Gambel - Brasil