Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

sexta-feira, 14 de março de 2025

Macau vai ajudar a China a desenvolver a modalidade desportiva de hóquei em patins

A Associação de Patinagem de Macau vai assinar acordos de cooperação com algumas províncias da China para desenvolver o hóquei em patins. A modalidade precisa de um maior impulso no Continente e a RAEM pode assumir um papel importante na sua divulgação, nomeadamente com apoio técnico. Na permuta de colaboração, Macau pode beneficiar da ajuda chinesa em “skateboarding” e “inline free style”. A associação foi pela primeira vez convidada para participar na reunião bienal da Federação de Patinagem da China e teve oportunidade de “iniciar contactos para futuras parcerias”, revelou ao Jornal Tribuna de Macau o dirigente António Aguiar



O hóquei em patins de Macau vai poder contribuir para o desenvolvimento da modalidade no Continente, tendo mantido contactos nesse sentido na reunião bienal da Federação de Patinagem da China, que reuniu as várias províncias do país. No decorrer dos trabalhos, para os quais a RAEM foi convidada pela primeira vez, os dirigentes da Associação de Patinagem de Macau (APM), António Aguiar (presidente) e Sónia Silva (secretária), que são igualmente membros da “World Skate”, respectivamente para o hóquei em patins e para o “inline”, mostraram-se disponíveis para ajudar a impulsionar o hóquei em patins chinês.

Nesse sentido, durante os dois dias de trabalhos em Shunde, zona do distrito de Foshan, Província de Guangdong, os representantes do território promoveram vários contactos e negociações com homólogos chineses, tendo em vista a assinatura, a breve trecho, de acordos de colaboração, para além de terem visitado instalações desportivas.

Em declarações ao Jornal Tribuna de Macau, António Aguiar disse que a intenção das parcerias serve os dois lados, ou seja, “Macau oferece o que tem de mais forte, que é o hóquei em patins, e a China ajuda-nos a incrementar e a reforçar modalidades em que eles são muito fortes, concretamente ‘skateboarding’ e ‘inline free style’”.

O dirigente, que é igualmente membro do Comité Internacional de Hóquei em Patins, responsável pela modalidade na Ásia-Oceânia, sublinha que a ideia é também “poder ter competições regionais” que envolvam várias cidades do Interior da China, Macau e Hong Kong.

A patinagem de Macau tem mantido colaboração principalmente com Cantão, mas pretende alargar a outros locais da província, assim como reforçar os acordos existentes. Para além de Guangdong, foram estabelecidas anteriormente parcerias com Shandong, Hebei e Heilongjiang, assim como com a zona de Pequim, “que é importante”, considera Aguiar, destacando o objectivo de “reforçar estes acordos e assinar outros”.

Segundo o número um da APM, a primeira grande concretização será a participação de Macau na co-organização dos Campeonatos Nacionais de Patinagem, em Agosto, com os desportos distribuídos por várias cidades da China.

Em 2024 o hóquei em patins não foi integrado e agora a APM faz “muito questão” que a modalidade esteja presente naqueles campeonatos.

Macau candidatou-se a ser o palco da prova, mas não é possível haver uma competição nacional fora do Continente. Assim, a associação do território está disponível a organizar o torneio numa cidade perto da RAEM. “Zhuhai, por exemplo, é uma possibilidade que estamos a discutir, uma vez que envolvem verbas que obviamente têm de ser patrocinadas, existindo também outros locais como Shunde”, aponta António Aguiar.

Além disso, Macau tenciona organizar um campeonato, talvez em 2026 ou 2027, com formações da Grande Baía. “Isso está a ser pensado para quando houver estabilidade de equipas, quatro ou cinco”, declara o dirigente da patinagem do território.

Troca de apoios para hóquei e skate

Neste momento, o “skateboarding” é a modalidade da patinagem em maior expansão no Interior da China, principalmente por ser um desporto olímpico, com muitos atletas de elevado nível.

Já o hóquei em patins precisa de se desenvolver, havendo apenas quatro regiões onde se pratica. “Queremos alargar a mais províncias, mas para que isso seja uma realidade são necessários patrocinadores que estejam dispostos a financiar o desenvolvimento da modalidade, entrando nós com o apoio técnico”, garante o presidente da APM.

Macau tem actualmente cerca de meio milhar de praticantes no hóquei tradicional e no hóquei em linha, incluindo as escolas de patinagem, sendo que no primeiro desporto há 200 atletas.

No que se refere ao hóquei em patins, as selecções vão disputar o Interport com Guangdong provavelmente em Outubro ou Novembro deste ano, mas já no próximo período da Páscoa, entre 17 e 20 de Abril, as equipas seniores masculina e feminina e os rapazes Sub-19, participarão no Torneio de Taichung, Taiwan. Esta competição servirá de preparação para o Campeonato Asiático, agendado para a Coreia do Sul, de 20 a 30 de Junho.

Nesta altura decorre o campeonato de hóquei em patins de Macau, em três categorias, Open masculino e feminino e ainda Sub-16, com a participação de três equipas: Lusitânia Sport Clube, FC Porto e Vitória Clube.

Em “skateboarding” há apenas três ou quatro atletas em condições de competir, havendo um clube inscrito na APM e outro que solicitou a filiação. Na disciplina de velocidade, neste momento não há actividade, uma vez que “há dificuldade em treinar na rua e em Macau não existe nenhum local específico para isso”, lamenta António Aguiar. Vítor Rebelo – Macau in “Jornal Tribuna de Macau”


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