As organizações da Associação das Universidades de Língua Portuguesa iniciaram em São Tomé uma conferência de três dias para análise de questões sobre o ambiente e economia azul e outros problemas que preocupam a comunidade académica.
“Deterioração
ambiental causada pelo desequilibro entre o homem e a natureza preocupam cada
vez mais a comunidade académica, ambientalistas, empresários, decisores
políticos, dado que estamos numa situação em que poderá existir incapacidade de
responder as necessidades básicas dos seres vivos”, sublinhou o reitor da Universidade
de São Tomé e Príncipe (USTP), Peregrino Costa.
Na
abertura da trigésima segunda conferência da Associação das Universidades de
Língua Portuguesa (AULP), o reitor da USTP considerou que “a economia azul
surge como modo de organização da sociedade humana com a capacidade de
potenciar o oceano”, sendo um dos “desafios centrais do presente e futuro”.
“Isto
significa que a economia azul e juntando a ela a verde, poderão ter um papel
preponderante na contribuição para competitividade global de cada país dado que
elas agregam muitos setores que poderão criar vantagens competitivas”, disse
Peregrino Costa.
O
reitor da USTP sublinhou potencialidades do mar de São Tomé e que é 160 vezes
maior que o território terrestre do arquipélago, mas que destacou que “enquanto
microestado insular o país enfrenta problemas diversos próprios das ilhas e dos
pequenos países que afetam fortemente a implementação das políticas públicas”.
“São
Tomé e Príncipe optou por se envolver num processo de transição para a economia
azul de forma a valorizar e potenciar os aspetos naturais relacionados com os
serviços ecossistémicos entendidos como suportes de desenvolvimento dos setores
das pescas e da agricultura, transportes, comércio, energia, turismo,
ecoturismo e concorram assim para o alcance dos objetivos de proteção e
conservação da biodiversidade e dos ecossistemas das espécies ameaçadas”,
indicou o reitor da USTP.
O
presidente do Instituto Politécnico de Lisboa, Elmano da Fonseca Margato
sublinhou a importância da interação entre as universidades lusófonas que tem
especificidades próprias e que permitem a análises de diferentes temas, tendo
referido que a AULP é “um espaço de diálogo de igual para igual” que os países
“podem e devem aproveitar” para dar o seu “contributo para o desenvolvimento
das suas sociedades”.
“Este
é um movimento académico que está entregue aos reitores e aos presidentes dos
institutos politécnicos e que não está dependente do poder político e eu acho
que isso é uma mais-valia que nós devemos destacar. A academia é um espaço de
liberdade onde nós aceitamos todas as convicções políticas, religiosas,
orientações sexuais e é neste espaço de igualdade que nós nos entendemos com
todos os nossos países e parceiros irmãos”, disse Elmano da Fonseca Margato.
Participam
no trigésimo segundo encontro da AULP representantes de reitorias, académicos,
investigadores e parceiros dos Estados membros da Comunidade dos Países de
Língua Portuguesa (CPLP), nomeadamente, Angola, Brasil, Cabo Verde,
Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e
Timor-Leste, bem como a Universidade de Macau. In “Mundo
Lusíada” – Brasil com “Lusa”
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