Entidades
das Nações Unidas elogiaram o fim do processo de desarmamento, desmobilização e
reintegração de milhares de ex-guerrilheiros do partido Renamo em Moçambique.
A
última base da antiga guerrilha encerrou na quinta-feira em Vunduzi, distrito
da Gorongosa, província central de Sofala.
Para o secretário-geral, António Guterres, trata-se de um marco
importante e que serve como lembrete de que é sempre possível escolher a paz. O
líder das Nações Unidas prometeu o total apoio da organização ao processo de
paz.
Viver em paz
Na
última etapa foram contemplados cerca de 350 ex-combatentes, incluindo 100
mulheres. Na próxima semana, a organização participa em cerimónia oficial
marcando o fim do processo em Maputo.
As
mensagens das subsecretárias-gerais para África, Cristina Duarte, e dos
Assuntos Políticos, Rosemary DiCarlo, ressaltam a oportunidade e o anseio dos
moçambicanos de viver em paz. Já o enviado pessoal do secretário-geral para
Moçambique, Mirko Manzoni, testemunhou o ato.
“Partilhei
sete anos da minha vida convosco, e vê-los como últimos combatentes voltando
para casa, como civis, é uma grande emoção. Estou orgulhoso deste resultado, a
paz une o povo para dialogar, colaborar e trabalhar para um futuro melhor, a
paz é a cultura de Moçambique".
Manzoni
salientou que, embora o encerramento da base de Vunduzi marque o fim de uma
fase do processo de paz, a ONU continua o empenho e foco no apoio à
reintegração dos benificiários do DDR.
Na cerimónia desta quinta-feira, o presidente de Moçambique, Filipe Jacinto Nyusi e o líder da Renamo, Ossufo Momade, acompanharam o retorno de 347 oficiais da Renamo à vida civil no âmbito do processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração, DDR.
Desmobilização, desmilitarização e reintegração
Diante
de representantes do governo e da sociedade civil, no encerramento da 16ª base
Nyusi elogiou a "atuação conjunta" defendendo que a sociedade deve
receber e integrar os beneficiários.
“A
paz deve continuar a fazer parte da nossa forma de ser e estar, como
moçambicanos continuemos de mãos dadas porque a paz definitiva duradoura
depende de nós. Saibam que a paz é já cultura dos moçambicanos, a nossa
ferramenta mais eficaz será sempre e deverá continuar a ser o diálogo, por isso
não deixe que a violência e a chantagem destruam as pontes de entendimento um
que juntos temos estado a construir.”
Já
o presidente da Renamo, Ossufo Momade, lançou o apelo a autoridades nacionais e
internacionais para a concretização do pagamento das pensões por uma paz
efetiva.
“Nós,
os moçambicanos, agradecemos a estes heróis vivos e mortos porque souberam
colocar os superiores interesses da nação acima de suas vidas. Apesar da
criação da suposta junta militar a tentativa de desacreditar a Renamo e a nossa
liderança. Portanto, não há paz quando o ódio, a perseguição, as intolerâncias
a exclusão continuam a ser motivo de discórdia no nosso país.”
Efeito da cultura de paz
Moçambique
considera a etapa de desmobilização, desmilitarização e reintegração como um
passo centrado no ser humano e sensível ao género que resulta da cultura de paz
e diálogo considerando os princípios das Nações Unidas.
O
Fundo do Processo de Paz esteve representado por autoridades de contribuintes
como Canadá, União Europeia, Finlândia, Alemanha, Irlanda, Itália, Suécia, Suíça,
Reino Unido e Estados Unidos. Ouri Pota – Moçambique ONU News
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