A ideia da angariação de fundos, referiu a presidente da associação ao Ponto Final, passa por ajudar a Escola Primária Matchik – Tchik da cidade de Maputo, capital moçambicana, “a necessitar de apoio para a garantia de materiais básicos e intervenção nas suas infraestruturas”. Mas o objectivo, acrescenta Marta Pereira, também “passa pela recolha de verbas suficientes para a construção de uma minibiblioteca, espaço tão importante para o incentivo à leitura e descoberta e que abre horizontes de futuro”.
A
Somos! – Associação de Comunicação em Língua Portuguesa (Somos – ACLP)
prepara-se para organizar o seu segundo Sunset Solidário, desta vez destinado a
alunos de uma escola moçambicana. O evento decorrerá no próximo dia 30 de
Junho, das 18h30 às 2h, no restaurante Rio Grill and Seafood, na Doca dos
Pescadores.
O
evento “Moçambique: um conto solidário” visa a angariação de fundos para a
Escola Primária Matchik – Tchik da cidade de Maputo, capital moçambicana, a
necessitar de apoio para a garantia de materiais básicos e intervenção nas suas
infraestruturas. “O objectivo passa igualmente pela recolha de verbas
suficientes para a construção de uma minibiblioteca, espaço tão importante para
o incentivo à leitura e descoberta e que abre horizontes de futuro”, explicou a
presidente da Somos – ACLP ao Ponto Final.
Marta
Pereira admitiu ao nosso jornal que “as expectativas são sempre naturalmente
altas”. “Tivemos a experiência do passado evento sobre São Tomé onde
conseguimos ajudar mais de 400 crianças com a compra de material escolar. Este
ano a realidade é outra, embora continuemos a apostar na melhoria das condições
de aprendizagem das crianças e, no seu futuro, a escola precisa de várias
intervenções que passam pelas carteiras, existem alunos sentados no chão, as
condições sanitárias são muito precárias. Depois há a questão da minibiblioteca,
um sonho há muito ambicionado pelos alunos e professores, a estrutura iria servir
não só a escola como o bairro de Polana Caniço. As necessidades são imensas e
temos de fazer escolhas, nem sempre fáceis. De realçar que o material em
Moçambique não é barato”, acrescentou.
Por
isso, considera a responsável, “a importância é toda e absolutamente
indiscutível”. “São pequenos gestos que fazem toda a diferença. E isto só
acontece graças à boa vontade de toda a equipa que faz parte deste evento
solidário, nomeadamente os artistas. Hoje é Moçambique, amanhã será um outro
país, pois consideramos que uma sociedade em que há grandes desigualdades na
distribuição da riqueza não pode ser justa e a aposta deve começar na educação
escolar”, enfatizou.
Recorde-se
que esta campanha solidária é o culminar de uma outra iniciativa da Somos –
ACLP que consistiu na edição do livro de contos “Era Uma Vez… O Meu Mar”, com
textos e ilustrações feitos por alunos de diferentes escolas primárias dos
países de língua portuguesa e de Macau, tendo Moçambique sido representado
precisamente pela Escola Primária Matchik – Tchik. Como a verba angariada com a
venda dos livros é ainda insuficiente para toda a ajuda de que a escola
necessita, a associação realiza este Sunset Solidário, ao qual se associam
vários artistas locais, para assegurar as três linhas de acção acima referidas.
“Uma pequena contribuição da sua parte pode fazer realmente uma enorme
diferença na vida destas crianças. Não deixe de ajudar, juntando-se a esta
campanha solidária. O valor da entrada no Sunset é de 150 patacas com direito a
uma bebida de cápsula. O valor das bebidas consumidas também será revertido
para a escola moçambicana, bem como as verbas resultantes da compra do livro de
contos durante o evento, que custa 100 patacas”, apelou Marta Pereira.
Participarão
no Sunset Solidário os cantores Rodrigo Costa, de Cabo Verde, Betchy Barros, da
Guiné-Bissau, Giulio Acconci, de Macau e Jandira Silva, do Brasil. A festa será
ainda animada por vários disco-jóquei como o DJ Abel X (Etiópia), DJ SoneKa
(Portugal), LaMonique e Alex DJ (Moçambique), DJ Malagueta (Guiné-Bissau) e DJ
Cuco (Portugal).
Relatórios
da UNICEF sobre a situação das crianças moçambicanas, relativos ao ano de 2021,
indicam que quase metade (49%) vivia abaixo da linha da pobreza, e que apenas
30,6% da população completava a escola primária. De acordo com o organismo, o
ambiente vivido na escola é um dos factores de risco que leva ao abandono
escolar, de que é exemplo a falta de instalações sanitárias sensíveis ao
género. No entanto, a pandemia da Covid-19 acabou por ser apontada como uma das
principais causas da desistência escolar mais recente. Gonçalo Pinheiro –
Macau in “Ponto Final”
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