Moçambique tem clubes ambientais para que crianças aprendam as ações que ajudam na prevenção e mitigação de desastres. Manter e ampliar a experiência a níveis mais elevados de ensino é uma das metas, segundo a ministra moçambicana da Terra e Ambiente, Ivete Maibaze.
“Só
de 2015 a esta altura, o país já sofreu cerca de 11 ciclones, o que é muito
para um país tão pobre, tão vulnerável e em vias de desenvolvimento como o nosso.
Isto tem desafiado a todos nós, aos líderes e em todos os níveis do nosso país,
para que possamos, cada vez mais, melhorar a nossa capacidade de resposta para
adaptarmo-nos a estes eventos extremos das mudanças climáticas.”
Eventos extremos devido às alterações do clima
Em
meados de maio, Ivete Maibaze explicou à ONU News por que o conceito de clubes
ambientais e discussões relacionadas ao tema em disciplinas escolares podem
apoiar a ação de países mais vulneráveis aos eventos extremos causados pelas
alterações do clima.
“Há
um esforço do nosso governo, através do Ministério da Educação, de garantir que
matérias sobre mudanças climáticas, gestão de risco de desastres, recursos
naturais e outras matérias transversais, sejam integrados nos currículos.
Particularmente no ensino primário, nós temos uma disciplina de ciências
naturais, onde estas matérias todas são abordadas ao nível básico com as nossas
crianças. Depois tem também uma disciplina de conteúdo local. Dependendo das
circunstâncias de cada localização, este tempo é dedicado para que as crianças
aprendam sobre as características daquele local e os problemas que lá ocorrem.”
Rio+20
O
Ministério do Ambiente de Moçambique foi criado na sequência da Conferência das
Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável do Rio de Janeiro, a Rio+20,
realizada em 2012.
Cerca
de 21 anos depois, a ONU acaba de fazer uma reunião para mobilizar ação
humanitária, em Genebra, onde alertou para a piora do impacto de eventos
extremos e desastres na vida das populações.
Moçambique
está na região da África Austral, mencionada pelo aumento da frequência de
tempestades tropicais que assolam casas, vidas e meios de subsistência.
Desde
2019, Moçambique foi atravessado pelos severos ciclones Idai, Kenneth e
Freddie, numa tendência que exige “investimento em preparação de comunidades
mais vulneráveis para desastres, adaptação e infraestrutura resiliente ao
clima”.
Entendimento do risco de desastres
“Sentimos
que é um desafio enorme, porque é preciso que esta consciencialização continue
a todos os níveis do currículo estudantil. Estamos a falar do ensino secundário
e do nível universitário. Já temos algumas universidades também a lecionarem
cursos ligados ao ordenamento territorial, aos desastres e a questões
ambientais. Então, esse é um esforço do nosso governo para garantir que se crie
esta consciência ao nível das nossas comunidades. Particularmente em nível das
escolas, o que temos feito é também garantir que se criem clubes ambientais.
São grupos onde crianças têm a oportunidade de transformar a teoria em prática:
trocando experiências sobre diferentes matérias ligadas à natureza e às
questões ambientais. Então, sentimos que existe um esforço em nível do nosso
governo para que se crie esta capacidade ao nível de ensino mais básico e
primário das nossas crianças.”
No
âmbito do recente encontro de alto nível na ONU sobre a avaliação do Marco de
Ação de Sendai, a ministra Ivete Maibaze disse que a atuação das autoridades do
país tem em conta que nunca existe preparação ideal para desastres.
O
instrumento internacional, lançado há oito anos, prevê que governos promovam o
entendimento do risco de desastres.
Em
nível das autoridades prevê o reforço da governança para gerir o tipo de
situações, investimento em favor da resiliência e melhora na preparação para
desastres pela eficácia na recuperação, reabilitação e reconstrução. ONU
News – Nações Unidas
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