A artista plástica Dora Chipande inaugurou na Galeria do Porto de Maputo, uma individual de pintura que procura exaltar a arte maconde. Uma das telas da mostra Dinembo será leiloada a favor dos deslocados em Cabo Delgado.
A
individual de pintura de Dora Chipande é intitulada Dinembo. Do maconde,
o termo quer dizer tatuagens em português. Na exposição, a artista procura
recuperar uma das essências da cultura maconde, que, na sua percepção, tem-se
perdido: as tatuagens.
“Esta
é uma exposição sobre a cultura maconde. Eu escolhi as tatuagens como tema
porque esse é o símbolo mais elevado da cultura maconde”, começou por dizer
Dora Chipande, admitindo que, dessa forma, pretende contribuir para a promoção
tradicional através das telas.
Na
sua percepção, o recurso às tatuagens maconde têm-se perdido por vários factores
e circunstâncias sociais. Por isso mesmo, a artista plástica decidiu transmitir
nas suas obras de pintura a prática cultural maconde, tendo como pano de fundo
as vivências daquela etnia do Norte de Cabo Delgado.
Na
sua individual de pintura, Dora Chipande expõe emoções, sentimentos, hábitos,
costumes e imaginários. O efeito estético sempre constituiu uma preocupação,
mas não foi a única coisa que a interessou. Além de se dedicar ao belo ou ao
que isso pode significar, a artista propôs-se leiloar uma das suas telas e o
valor será revertido a favor de causas sociais: uma no Norte e outra no Sul do
país. “O que será arrecadado neste leilão vai servir para apoiarmos aos
deslocados dos conflitos em Cabo Delgado e também para uma escola que estamos a
ajudar a ampliar a administração e a construção de uma biblioteca em Boane”,
[Província de Maputo].
Presente
na cerimónia da inauguração, Hortência Chipande, mãe de Dora Chipande,
confessou: “Estou contente e orgulhosa pela obra que a Dora está a fazer,
porque é uma obra que a vai permitir ajudar aos necessitados”.
Dinembo, de Dora
Chipane, está patente na Galeria do Porto de Maputo. José dos Remédios –
Moçambique in “O País”
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