Sal Rei – O primeiro-ministro considerou na Boa Vista que a intervenção na reabilitação do Forte Duque de Bragança enquadra-se na política cultural definida desde 2017 pelo Governo para restaurar, reabilitar e requalificar patrimónios históricos e religiosos do País.
Ulisses
Correia e Silva falava na quarta-feira, 07, no acto de inauguração do projecto
de requalificação e reabilitação do edifício histórico Forte Duque de Bragança,
localizado no ilhéu da cidade de Sal Rei, construído em 1820 para proteger Boa
Vista.
O
chefe do Governo destacou, por isso, a importância deste tipo de intervenção,
uma vez que países que deixam degradar os seus patrimónios “não valorizem a sua
história e identidade”, pois, considerou, além do valor económico este tipo de
património tem “um valor simbólico forte” do percurso e história da Nação e da
transmissão de valores para o futuro.
“Este
património tem um valor turístico importante porque é uma centralidade de
visita da ilha, ao mesmo tempo agradável porque para se chegar aqui se faz uma
travessia de pouco tempo no mar, o que aumenta possibilidade de haver mais
visitantes, e isto terá uma devolução com valor acrescido para a população e
para o território local e nacional”, frisou, reconhecendo a parceria com a
Câmara Municipal da Boa Vista.
Na
ocasião, o chefe do Governo felicitou o Instituto do Património Cultural (IPC)
por este projecto que, a seu ver, “demonstra o trabalho meritório” que a
instituição tem vindo a desenvolver com “esforço e qualidade”, que ficou também
com a marca do ex-presidente do IPC, Hamilton Jair Fernandes, pela dedicação a
este restauro e iniciativa de colocar este património dentro do leque dos
reabilitados.
“Com
estas reabilitações estamos a restaurar, a reconstituir, e a restituir a nossa
história como povo independente, e não somente o património colonial como tem
sido veiculado em debates”, afirmou, por seu lado, o ministro da Cultura,
Abraão Vicente, que recordou outras reabilitações como a Catedral e o
Pelourinho da Cidade Velha e o Forte de São Filipe.
O
presidente da Câmara Municipal da Boa Vista, Cláudio Mendonça, manifestou-se
satisfeito pela requalificação, visto que vai valorizar o espaço e a cidade de
Sal Rei, destacando-o como um “elemento importante para resgatar e valorizar a
história e a cultura” da ilha, contribuindo para “alavancar a actividade
económica” da Boa Vista, que é o turismo.
“Hoje
colocou-se uma gota de água para o desenvolvimento do município”, disse o
autarca, garantindo que a sua equipa fará de tudo para valorizar e conservar o
espaço, a começar pelo aspecto ambiental, que deve merecer a atenção não só da
autarquia, como dos munícipes, entidades públicas e privadas.
A
reabilitação é parte integrante do Plano Nacional de Reabilitação dos Edifícios
Históricos e Estudos Religiosos, coordenado pelo Ministério da Cultura das
Indústrias Criativas, através do Instituto de Património Cultural (IPC).
As
obras de requalificação do Forte Duque de Bragança incluíram a conservação e
restauro de sete canhões do monumento, colocados no passadiço que vai desde o
Forte até o litoral, e a musealização com colocação de sinaléticas informativas
à volta do ilhéu.
Além
da reabilitação deste edifício histórico e património e a musealização de todo
o ilhéu foram igualmente criados roteiros subaquáticos, reabilitada e
requalificada a antiga Alfândega, edifício onde foi instalado o Museu de
Arqueologia Subaquática, que será inaugurado hoje, projetos que complementam o
núcleo de arqueologia da Boa Vista.
O
projecto contou com co-financiamento da Direção Nacional do Ambiente, através
do programa da Bio-Tur com o financiamento do PNUD no valor de 3508 contos,
sendo o valor global do investimento de 4208 contos. In “Inforpress”
– Cabo Verde
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