O Presidente de Timor-Leste afirmou que a Coreia do Sul quer ampliar o programa de importação de mão-de-obra timorense, especialmente para a agricultura, e Díli quer ver essa relação bilateral fortalecida com investimentos coreanos no país
“Os
coreanos querem ver o importante programa de trabalhadores sazonais aumentado,
sobretudo para a área da agricultura. O problema é que nós próprios não
conseguimos preencher a quota a que temos direito, de mil trabalhadores em
média por ano, sendo que na agricultura não há limite: pode ser quantos
timorense pudermos mandar”, afirmou José Ramos-Horta à Lusa, em Seul.
“É
preciso que o nosso Governo invista mais na preparação básica dos trabalhadores
candidatos, com língua coreana, noções cívicas de respeito pelas leis e
cultura, disciplina e ética trabalho, disciplina nas regras da imigração e no
contrato que muitos não seguem”, disse.
José
Ramos-Horta falava à Lusa depois de um encontro com o seu homólogo sul-coreano,
Yoon Suk-yeol, no Palácio Presidencial em Seul, durante o qual os dois líderes
analisaram a relação bilateral e as oportunidades de reforço da cooperação
entre a Coreia do Sul e Timor-Leste. Não houve qualquer declaração aos
jornalistas de Yoon Suk-yeol com o seu gabinete a permitir apenas um registo de
imagem de menos de dois minutos do início da reunião.
Ramos-Horta
recordou que as relações entre os dois países se têm vindo a consolidar em
várias áreas, desde formação de treinadores de futebol e apoio em taekwondo, a
bolsas de estudo para jovens timorenses estudarem em universidades coreanas e
ao importante programa de trabalhadores sazonais. “Temos possibilidades grandes
de ver essas relações aumentar, o que só beneficia a economia de Timor-Leste,
as famílias timorenses”, vincou o chefe de Estado timorense. “O que eu pretendo
é expandir para investimentos maiores, de bancos, companhias de seguro, de
empresa com a Samsung”, disse, referindo-se igualmente a outra reunião mantida
com o grupo SK, que através da sua empresa SK E&S controla 25% do consórcio
do campo petrolífero de Bayu Undan, no Mar de Timor.
A
empresa pretende investir para um projeto de captura e armazenamento de carbono
no Bayu Undan, cuja produção está praticamente concluída e que está a ser
reformulado para a nova operação.
O
chefe de Estado referiu-se ainda à oferta anunciada durante a reunião que
manteve com o presidente da Sehan University, que disse querer acolher pelo
menos 500 estudantes timorenses por ano, no âmbito de um programa que inclui
formação, estágio profissional, emprego e, eventualmente, até vistos para
familiares. Esse número poderá aumentar logo no segundo ano para até mil
estudantes de Timor-Leste, como explicou o presidente da instituição, Lee
Gyeong-sue, ao Presidente da República timorense, José Ramos-Horta, num
encontro em Seul. “Creio que o ambiente e a atmosfera estão criados para darmos
seguimento. Farei seguimento com o novo Governo, com novos ministros par ver
como podemos avançar com isto tudo”, considerou Ramos-Horta. “Para mim sempre
apostei na Coreia do Sul como parceiro estratégico e hoje disse isso mesmo ao
presidente que nos pode ajudar muito a equilibrar as influências que há dos
vários países em Timor-Leste”, considerou.
A
proposta da universidade, vincou, é algo que Timor-Leste “tem que aproveitar”,
podendo o executivo timorense contribuir até para a operação através do Fundo
de Desenvolvimento de Capital Humano. “Dá oportunidade aos nossos jovens para
adquirirem um diploma de padrões internacionais em várias áreas. Ganham
experiência, disciplina de trabalho e têm emprego garantido na Coreia do SuL ou
em qualquer lado do mundo”, disse Ramos-Horta. “Vou batalhar para que isso se
realize”, considerou. In “Ponto Final” - Macau
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