Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

segunda-feira, 5 de junho de 2023

Coreia do Sul - Quer mais trabalhadores timorenses, Timor-Leste quer investimentos coreanos

O Presidente de Timor-Leste afirmou que a Coreia do Sul quer ampliar o programa de importação de mão-de-obra timorense, especialmente para a agricultura, e Díli quer ver essa relação bilateral fortalecida com investimentos coreanos no país

“Os coreanos querem ver o importante programa de trabalhadores sazonais aumentado, sobretudo para a área da agricultura. O problema é que nós próprios não conseguimos preencher a quota a que temos direito, de mil trabalhadores em média por ano, sendo que na agricultura não há limite: pode ser quantos timorense pudermos mandar”, afirmou José Ramos-Horta à Lusa, em Seul.

“É preciso que o nosso Governo invista mais na preparação básica dos trabalhadores candidatos, com língua coreana, noções cívicas de respeito pelas leis e cultura, disciplina e ética trabalho, disciplina nas regras da imigração e no contrato que muitos não seguem”, disse.

José Ramos-Horta falava à Lusa depois de um encontro com o seu homólogo sul-coreano, Yoon Suk-yeol, no Palácio Presidencial em Seul, durante o qual os dois líderes analisaram a relação bilateral e as oportunidades de reforço da cooperação entre a Coreia do Sul e Timor-Leste. Não houve qualquer declaração aos jornalistas de Yoon Suk-yeol com o seu gabinete a permitir apenas um registo de imagem de menos de dois minutos do início da reunião.

Ramos-Horta recordou que as relações entre os dois países se têm vindo a consolidar em várias áreas, desde formação de treinadores de futebol e apoio em taekwondo, a bolsas de estudo para jovens timorenses estudarem em universidades coreanas e ao importante programa de trabalhadores sazonais. “Temos possibilidades grandes de ver essas relações aumentar, o que só beneficia a economia de Timor-Leste, as famílias timorenses”, vincou o chefe de Estado timorense. “O que eu pretendo é expandir para investimentos maiores, de bancos, companhias de seguro, de empresa com a Samsung”, disse, referindo-se igualmente a outra reunião mantida com o grupo SK, que através da sua empresa SK E&S controla 25% do consórcio do campo petrolífero de Bayu Undan, no Mar de Timor.

A empresa pretende investir para um projeto de captura e armazenamento de carbono no Bayu Undan, cuja produção está praticamente concluída e que está a ser reformulado para a nova operação.

O chefe de Estado referiu-se ainda à oferta anunciada durante a reunião que manteve com o presidente da Sehan University, que disse querer acolher pelo menos 500 estudantes timorenses por ano, no âmbito de um programa que inclui formação, estágio profissional, emprego e, eventualmente, até vistos para familiares. Esse número poderá aumentar logo no segundo ano para até mil estudantes de Timor-Leste, como explicou o presidente da instituição, Lee Gyeong-sue, ao Presidente da República timorense, José Ramos-Horta, num encontro em Seul. “Creio que o ambiente e a atmosfera estão criados para darmos seguimento. Farei seguimento com o novo Governo, com novos ministros par ver como podemos avançar com isto tudo”, considerou Ramos-Horta. “Para mim sempre apostei na Coreia do Sul como parceiro estratégico e hoje disse isso mesmo ao presidente que nos pode ajudar muito a equilibrar as influências que há dos vários países em Timor-Leste”, considerou.

A proposta da universidade, vincou, é algo que Timor-Leste “tem que aproveitar”, podendo o executivo timorense contribuir até para a operação através do Fundo de Desenvolvimento de Capital Humano. “Dá oportunidade aos nossos jovens para adquirirem um diploma de padrões internacionais em várias áreas. Ganham experiência, disciplina de trabalho e têm emprego garantido na Coreia do SuL ou em qualquer lado do mundo”, disse Ramos-Horta. “Vou batalhar para que isso se realize”, considerou. In “Ponto Final” - Macau com “Lusa”


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