Ao 19.º dia consecutivo sem novos casos de infecção em
Macau, as autoridades de saúde revelaram que um doente dado como recuperado,
que já havia recebido alta hospitalar, voltou a testar positivo para a Covid-19
nos últimos dois testes de ácido nucleico, efectuados já no Centro Clínico do
Alto de Coloane, onde o cidadão filipino se encontrava a cumprir os 14 dias de
isolamento. Também ontem foi dada alta hospitalar a uma residente de 20 anos,
que havia regressado do Reino Unido
Lo
Iek Long, médico adjunto da direcção do Centro Hospitalar Conde de São
Januário, anunciou ontem mais uma alta hospitalar, no 19.º dia consecutivo sem
novos casos de infecção, restando agora 13 internados. Na conferência de
imprensa, o clínico revelou, contudo, que o paciente do 15º caso, que tinha
recebido alta a 12 de Abril e se encontrava em fase de recuperação no Centro
Clínico do Alto Coloane, voltou a testar positivo ao novo coronavírus nos
últimos dois dias de quarentena. No primeiro dia de quatro dias da realização
de testes de ácido nucleico para o corpo docente e não docente das escolas
secundárias, Lo Iek Long estimava que, até ao final do dia de ontem, cerca de
1252 profissionais tivessem feito o exame.
Segundo
indicou Lo Iek Long, o doente que voltou a testar positivo, tinha tido alta no
dia 12 de Abril, altura em que foi encaminhado para cumprir a fase de
recuperação no Alto Coloane. Nos dois exames de ácido nucleico, que lhe foram
feitos nos dois últimos dias de quarentena, a 24 e 25 de Abril, os resultados
deram positivo para a Covid-19. Actualmente, o paciente em questão – um
trabalhador não-residente, de nacionalidade filipina, com 32 anos -,
encontra-se clinicamente estável, e permanece no Alto Coloane. Lo Iek Long
acrescentou que o doente não precisa de regressar ao hospital, a não ser que o
seu estado se agrave. O clínico afirmou também que os critérios para autorizar
a alta clínica respeitam os requerimentos propostos pela Comissão Nacional de
Saúde, garantindo a qualidade das alas para quarentena e o afastamento da população.
“Habitualmente,
os casos positivos tornam-se negativos dentro de três ou quatro semanas. Em
alguns casos, pode demorar até cinco semanas. Quando o período de tratamento
for mais extenso, é possível o paciente voltar a testar positivo”. Em relação à
duração da quarentena, Lo Iek Long reiterou que 14 dias é o mínimo, o que
justifica a necessidade de, depois de cumprida essa fase de recuperação no Alto
Coloane, os pacientes terem de proceder à quarentena domiciliária, durante 14
dias, antes de voltarem ao contacto com a população.
Quatro dias de testes para docentes e não docentes
Tendo
sido ontem o primeiro de quatro dias para a realização de testes de ácido
nucleico, destinado ao pessoal docente e não docente das escolas do ensino
secundário, que retomam a 4 de Maio, Lo Iek Long informou que, entre as 9h00 e
17h00 de ontem, foram testadas 758 pessoas. O clínico estimava que, ainda no
dia de ontem, fossem realizados cerca de 1252 exames. O representante comentou
a “boa ordem” que se verificou primeiro dia, mas assinalou que alguns dos
profissionais chegaram ao local com muita antecedência. Para evitar a
aglomeração de multidões, o médico aconselhou que os participantes se dirijam
ao local na hora marcada, sendo que o exame demora menos de dez minutos. Com
base na situação actual, Lo Iek Long espera que sejam feitos diariamente cerca
de 2000 testes de ácido nucleico, e referiu que o Governo irá colaborar com
outras instituições para a realização dos exames.
Questionado
sobre a possibilidade de o Governo vir a declarar, tal como o fizeram ontem as
autoridades da Nova Zelândia, a conclusão do trabalho de combate à pandemia, Lo
Iek Long considerou “pouco prático” esse conceito de “se manter virtuoso
sozinho”, assinalando que, tendo em consideração a evolução da pandemia, o
combate mantém-se um trabalho contínuo.
A
paciente que teve ontem alta hospitalar é o 13º caso confirmado de infecção em
Macau, uma residente, de 20 anos, que estuda no Reino Unido, revelou o clínico.
Até ao dia de ontem, havia 70 quarentenados nos dois hotéis designados para a
observação clínica, segundo Inês Chan, chefe do Departamento de Licenciamento e
Inspecção da Direcção dos Serviços de Turismo.
Em
relação ao facto de, a partir de Maio, os locais para o levantamento de cartões
de consumo electrónicos reduzirem para quatro, o que pode implicar um aumento
de concentração de residentes, Ma Chio Hong, chefe da Divisão de Operações e
Comunicações do Corpo de Polícia de Segurança Pública, referiu que serão
distribuídos agentes policiais pelos locais designados para manter a ordem.
Quanto
ao possível adiamento da reabertura das piscinas devido à pandemia, Leong Iek
Hou, coordenadora do Centro de Prevenção de Contingência do Novo Coronavírus,
explicou que, em princípio, será possível retomar o funcionamento, desde que se
reúnam as condições de higiene pessoal e das piscinas, nomeadamente nas
privadas que são mais frequentadas. Miguel Fan – Macau in “Ponto
Final”
miguelfan.pontofinal@gmail.com
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