O
ator luso-guineense Welket Bungué, protagonista do filme “Berlin
Alexanderplatz”, está nomeado na categoria de Melhor Interpretação
Masculina aos Prémios “Lola” da Academia Alemã de Cinema, entregues ‘online’
a 24 de abril.
O
filme, que teve estreia na última edição do Festival Internacional de Berlim,
Berlinale, está nomeado em onze categorias, entre elas “Melhor Filme” e “Melhor
Realização” (Burhan Qurbani).
Welket
Bungué já tinha estado na corrida ao Urso de Prata para melhor ator na
Berlinale por isso, de certa forma, já esperava que o filme recebesse alguma
atenção por parte da Academia Alemã de Cinema.
“Fomos
muito bem recebidos na Berlinale (…) mas é claro que é surpreendente que o
‘Berlin Alexanderplatz’ tenha onze nomeações porque se produziram muito bons
trabalhos na Alemanha no ano passado”, partilhou com a agência Lusa.
“As
reações foram muito positivas, isto significa muito para a nossa equipa. Eles
arriscaram muito ao retratar ‘Berlin Alexanderplatz’ sob esta perspetiva nova,
dando o protagonismo a um afrodescendente que entra na Europa clandestinamente,
e que quer manter os seus valores num território que não o favorece, ou não
proporciona essa possibilidade. Pelo contrário”, contou Welket Bungué.
O
ator e realizador trabalha em Berlim desde 2016, e mudou-se para a capital
alemã em novembro do ano passado. Em Portugal estreou-se há mais de dez anos
nas séries “Equador” e “Morangos com Açúcar”.
“Ainda
não houve um impacto decisivo que me permita dizer que há um antes e um depois
de ‘Berlin Alexanderplatz’. Mas ter este filme no repertório vai ser muito
relevante, não só por questões curriculares, mas também tendo em conta tudo o
que aprendi”, confessou.
O
papel, em inglês e alemão, foi um “grande desafio” que o obrigou, não só a
aprender a língua, como também a “absorver grande parte da cultura”, o que o
“amadureceu” aos níveis profissional e pessoal.
Atualmente,
o foco do ator está sobretudo no cinema internacional, “pelo menos até surgirem
oportunidades relevantes no panorama português”.
“De
Portugal o reconhecimento tem chegado. No último ano tive curtas-metragens
minhas em dois festivais de cinema importantes. Tive ‘Arriaga’ a
estrear-se no IndieLisboa e ‘Eu não sou Pilatus’ a estrear-se no
Doclisboa, como sendo o único português na competição internacional”, revelou.
Ainda
assim, admite que ainda não surgiram “convites relevantes” em que possa
trabalhar “em toda a dimensão” da sua qualidade artística.
“Estou
à espera e confiante de que isso poderá surgir a médio e longo prazo”, admitiu,
adiantando estar a trabalhar nesta altura na finalização de duas
curtas-metragens, “Bustgate” e “Treino Periférico”.
“‘Bustgate‘
é um documentário experimental e está altamente inspirado na situação terrível
e controversa que foi a violência policial que aconteceu no inicio deste ano,
na Amadora, contra a cidadã Cláudia Simões. Também é uma homenagem ao Luís
Giovani Rodrigues, o estudante cabo-verdiano que foi brutalmente espancado no
final de 2019, em Bragança”, contou Welket Bungué.
O
ator luso-guineense, que se encontra nesta altura no Rio de Janeiro, acrescenta
outros projetos que tem em curso e que estão a ser pós-produzidos no Brasil,
como “Pedro” (de Laís Bodanzky) e “A Matéria Noturna” (de Bernard
Leça). In “Bom dia Europa” - Luxemburgo
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