Mais de três mil pequenas e médias empresas apresentaram
pedidos de empréstimos sem juros desde que o Governo lançou o primeiro pacote
de apoios à economia. A DSE autorizou cerca de dois mil, adiantou ontem o
director, Tai Kin Ip, na Assembleia Legislativa
O
director dos Serviços de Economia (DSE), Tai Kin Ip, fez saber, durante uma
sessão de interpelações orais na Assembleia Legislativa (AL), que até ao
momento foram aprovados cerca de dois mil pedidos de empréstimos sem juros
feitos por pequenas e médias empresas (PME), na sequência da crise epidémica
que o território vive.
“Esta
epidemia, de facto, está a causar um grande impacto, nomeadamente às PME. Em
relação às medidas de apoio, desde Fevereiro recebemos 3677 pedidos de
empréstimos sem juros. Até à data, já apreciámos 2577, dos quais 2001 já foram
autorizados. Implicam cerca de 700 milhões de patacas”, adiantou.
Relativamente
aos pedidos para devolução de empréstimos, já foram deferidos 1616. “Estamos a
tratar dos casos com urgência porque a população tem também tem necessidades
urgentes. O Governo está a trabalhar”, garantiu.
Tai
Kin Ip respondia a uma interpelação da deputada Song Pek Kei, que considerou
não terem sido dadas respostas às perguntas colocadas. “As PME e os
trabalhadores por conta própria não ganham o mesmo que as concessionárias. Têm
um lucro muito baixo, só chega para alimentar a família”, apontou.
O
representante da DSE lembrou que o Governo anunciará em breve o segundo pacote
de medidas de apoio à economia. Recorde-se que o Executivo lançou numa primeira
fase diversos apoios, que incluem bonificações de juros, isenção de impostos, e
até vales de consumo para os residentes. Recentemente, comunicou a criação de
um fundo de 10 mil milhões de patacas, através da Fundação Macau, de combate à
epidemia. Este destina-se a apoiar residentes, empresas e estabelecimentos
comerciais.
Ainda
assim, Pereira Coutinho considera que as medidas “não são suficientes”, defendendo
que o essencial é “assegurar postos de trabalho”. “Nos países modernos, por
exemplo Canadá, o Governo subsidia 80% dos salários pagos aos trabalhadores das
PME. Na Irlanda e Singapura, o Governo subsidia 70%. Isto é muito importante
para assegurar empregos, só assim as empresas conseguem sobreviver a esta
epidemia”, sublinhou.
O
representante da Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais mencionou
apenas que durante a epidemia já “590 pessoas conseguiram um novo emprego”,
nomeadamente nas áreas da construção civil, venda a retalho e transportes.
“Política de flexibilidade” no sector cultural
Questionada
por Agnes Lam sobre os apoios ao sector cultural, na sequência da epidemia, a
presidente do Instituto Cultural (IC), Mok Ian Ian, referiu que até Março do
próximo ano as associações desta área “vão ter condições mais privilegiadas no
arrendamento de espaços para actividades”. Relativamente às iniciativas que
caíram por terra, assegurou que há uma “política de flexibilidade”. “Em vez de
serem realizadas em locais públicos, porque estão encerrados, no final de Abril
vão poder começar a realizar por exemplo peças de teatro num local sem público,
gravam o espectáculo e fazem a transmissão online”, explicou Mok Ian Ian,
acrescentando que isto se aplica às iniciativas que já contavam com o apoio do
IC. Quanto ao festival de música “Hush”, que se realiza na praia, afirmou que o
formato será reformulado. “Em vez de convidarmos artistas do exterior, vamos
apostar nos artistas locais”, apontou. In “Jornal
Tribuna de Macau” - Macau
Sem comentários:
Enviar um comentário