Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

quarta-feira, 1 de abril de 2020

Macau – Apoio económico às pequenas e médias empresas está a ser tratado com urgência

Mais de três mil pequenas e médias empresas apresentaram pedidos de empréstimos sem juros desde que o Governo lançou o primeiro pacote de apoios à economia. A DSE autorizou cerca de dois mil, adiantou ontem o director, Tai Kin Ip, na Assembleia Legislativa



O director dos Serviços de Economia (DSE), Tai Kin Ip, fez saber, durante uma sessão de interpelações orais na Assembleia Legislativa (AL), que até ao momento foram aprovados cerca de dois mil pedidos de empréstimos sem juros feitos por pequenas e médias empresas (PME), na sequência da crise epidémica que o território vive.

“Esta epidemia, de facto, está a causar um grande impacto, nomeadamente às PME. Em relação às medidas de apoio, desde Fevereiro recebemos 3677 pedidos de empréstimos sem juros. Até à data, já apreciámos 2577, dos quais 2001 já foram autorizados. Implicam cerca de 700 milhões de patacas”, adiantou.

Relativamente aos pedidos para devolução de empréstimos, já foram deferidos 1616. “Estamos a tratar dos casos com urgência porque a população tem também tem necessidades urgentes. O Governo está a trabalhar”, garantiu.

Tai Kin Ip respondia a uma interpelação da deputada Song Pek Kei, que considerou não terem sido dadas respostas às perguntas colocadas. “As PME e os trabalhadores por conta própria não ganham o mesmo que as concessionárias. Têm um lucro muito baixo, só chega para alimentar a família”, apontou.

O representante da DSE lembrou que o Governo anunciará em breve o segundo pacote de medidas de apoio à economia. Recorde-se que o Executivo lançou numa primeira fase diversos apoios, que incluem bonificações de juros, isenção de impostos, e até vales de consumo para os residentes. Recentemente, comunicou a criação de um fundo de 10 mil milhões de patacas, através da Fundação Macau, de combate à epidemia. Este destina-se a apoiar residentes, empresas e estabelecimentos comerciais.

Ainda assim, Pereira Coutinho considera que as medidas “não são suficientes”, defendendo que o essencial é “assegurar postos de trabalho”. “Nos países modernos, por exemplo Canadá, o Governo subsidia 80% dos salários pagos aos trabalhadores das PME. Na Irlanda e Singapura, o Governo subsidia 70%. Isto é muito importante para assegurar empregos, só assim as empresas conseguem sobreviver a esta epidemia”, sublinhou.

O representante da Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais mencionou apenas que durante a epidemia já “590 pessoas conseguiram um novo emprego”, nomeadamente nas áreas da construção civil, venda a retalho e transportes.

“Política de flexibilidade” no sector cultural

Questionada por Agnes Lam sobre os apoios ao sector cultural, na sequência da epidemia, a presidente do Instituto Cultural (IC), Mok Ian Ian, referiu que até Março do próximo ano as associações desta área “vão ter condições mais privilegiadas no arrendamento de espaços para actividades”. Relativamente às iniciativas que caíram por terra, assegurou que há uma “política de flexibilidade”. “Em vez de serem realizadas em locais públicos, porque estão encerrados, no final de Abril vão poder começar a realizar por exemplo peças de teatro num local sem público, gravam o espectáculo e fazem a transmissão online”, explicou Mok Ian Ian, acrescentando que isto se aplica às iniciativas que já contavam com o apoio do IC. Quanto ao festival de música “Hush”, que se realiza na praia, afirmou que o formato será reformulado. “Em vez de convidarmos artistas do exterior, vamos apostar nos artistas locais”, apontou. In “Jornal Tribuna de Macau” - Macau

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