Acaba
de sair do forno o número 60 da revista Estudos de Literatura Brasileira
Contemporânea, dirigida por Regina Dalcastagnè, professora e pesquisadora da
Universidade de Brasília. O presente número traz um excelente dossier
intitulado “Literatura e Ditadura”, coordenado pelas professoras Rita
Olivieri-Godet (Universidade de Rennes 2/IUF) e Mireille Garcia (Universidade
de Rennes 2).
Todos
os artigos podem ser lidos em PDF através da seguinte ligação:
Na
apresentação do dossier, ao evocar o contexto brasileiro, “no qual ecoam os
gritos que pedem a volta à ditadura, reativando os fantasmas do totalitarismo”,
as autoras salientam que “na contramão dessa tendência, uma parcela
significativa da produção artística e literária brasileira vem se dedicando a
reacender a memória de um tempo de sombras de onde emergem os espectros da
violência para nos aterrorizar no presente. O campo literário participa desse
trabalho de questionamento e revisão histórica, denunciando a herança da
violência no quotidiano, contribuindo, dessa maneira, para transformar o
cenário simbólico”.
O
sumário da revista conta com as seguintes colaborações: “O corpo expropriado:
Bernardo Kucinski – Diário de uma perda”, de Ettore Finazzi-Agrò; “Monumentos
precários: luto (im)possível e lápides de papel em K.: relato de uma busca”, de
Marianna Scaramucci; “Estilhaços da memória no pântano da história: Noite
dentro da noite, de Joca Reiners Terron”, de Rita Olivieri-Godet; “Fronteiras e
esquecimento: Noite dentro da noite”, de Joca Reiners Terron Checchia; “A
resistência, de Julián Fuks, uma narrativa de filiação”, de Eurídice
Figueiredo; “Exílio da ditadura na ficção brasileira da geração pós-memorial: a
perspetiva e a estética dos filhos”, de Ilana Heineberg; “Da ocultação à
memória difratada: a escrita da resiliência em Palavras cruzadas, de Guiomar de
Grammont”, de Leonor Lourenço de Abreu; “Mea culpa e autopunição. O
colaboracionista em Não falei, de Beatriz Bracher, e o desertor em Azul-corvo,
de Adriana Lisboa”, de Karina Marques; “A dupla cicatriz: a ditadura brasileira
e a vocalização feminina da memória traumática de Ana Maria Machado”, de
Roberto Vecchi e Alessia Di Eugenio; “A arte como refúgio: intertextualidade,
espaço e (imagi)nação em “Aqueles dois”, de Caio Fernando Abreu”, de Jacob
Brown; “Leitura de Retrato calado, de Luiz Roberto Salinas Fortes: aproximações
benjaminianas”, de Pedro Penhavel.
Além
destes artigos, a revista apresenta duas resenhas: “Bernardo Kucinski – A nova
ordem”, de Carlos Wender Sousa Silva e “Eduardo Reina – Cativeiro sem fim”, de
Rodrigo Simon de Moraes. Dominique Stoenesco – França in “LusoJornal”
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